São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Cantoria distingue torcidas

PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

A orientação era ver o jogo com australianos. Mas como saber quem era quem, se: a) As torcidas não estabeleceram limite formal entre uma e outra;
b) A maior parte das pessoas vestia camisa verde-e-amarela, já que a do time da Austrália tem as mesmas cores (só um escudo diferente no peito);
c) Os australianos gostam tanto de bagunça quanto os brasileiros: riam, gritavam e pulavam mesmo após o 1 a 0.
Mas essa é a observação panorâmica. Quem entra no bolo percebe que:
a) Quase todos os australianos bebem cerveja quente, em jarra de plástico transparente similar a um baldinho. E ficam bêbados já durante o jogo. "Hei dude, wanna drink?" ("A fim de beber, cara?"), diz o gerente comercial John O'Danaghue, 27;
b) Os brasileiros estavam tensos, os australianos não levaram o jogo a sério: "O Brasil é o melhor time do mundo. Se for empate, estamos satisfeitos", disse Friederic Sander, 22, técnico de TV a cabo.
c) Conformados, eles levaram o confronto mais na esportiva e, talvez por isso, fizeram mais barulho;
d) Enquanto os brasileiros preferem o batuque, eles cantam musiquinhas estilo: "What shall we do with the drunken sailor?", "...Early in the morning" ("O que eu devo fazer com o marinheiro bêbadooo", e "De manhãzinha cedo").
Ali perto, um raro estrangeiro sem camisa do Brasil, mas com a da Austrália, o alemão Klaus Lang, 29, diz: "Torço sempre pelo time que é "underdog" (algo como a zebra)".


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