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Cantoria
distingue
torcidas
PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE
A orientação era ver o
jogo com australianos.
Mas como saber quem era
quem, se: a) As torcidas
não estabeleceram limite
formal entre uma e outra;
b) A maior parte das
pessoas vestia camisa verde-e-amarela, já que a do
time da Austrália tem as
mesmas cores (só um escudo diferente no peito);
c) Os australianos gostam tanto de bagunça
quanto os brasileiros:
riam, gritavam e pulavam
mesmo após o 1 a 0.
Mas essa é a observação
panorâmica. Quem entra
no bolo percebe que:
a) Quase todos os australianos bebem cerveja
quente, em jarra de plástico transparente similar a
um baldinho. E ficam bêbados já durante o jogo.
"Hei dude, wanna drink?"
("A fim de beber, cara?"),
diz o gerente comercial
John O'Danaghue, 27;
b) Os brasileiros estavam tensos, os australianos não levaram o jogo a
sério: "O Brasil é o melhor
time do mundo. Se for empate, estamos satisfeitos",
disse Friederic Sander, 22,
técnico de TV a cabo.
c) Conformados, eles levaram o confronto mais na
esportiva e, talvez por isso,
fizeram mais barulho;
d) Enquanto os brasileiros preferem o batuque,
eles cantam musiquinhas
estilo: "What shall we do
with the drunken sailor?",
"...Early in the morning"
("O que eu devo fazer com
o marinheiro bêbadooo", e
"De manhãzinha cedo").
Ali perto, um raro estrangeiro sem camisa do
Brasil, mas com a da Austrália, o alemão Klaus
Lang, 29, diz: "Torço sempre pelo time que é "underdog" (algo como a zebra)".
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