São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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França faz gol, mas não ganha

Time põe fim ao jejum de quatro jogos sem marcar em Copa, porém cede empate à Coréia do Sul

Resultado mantém asiáticos na ponta da chave e deixa país campeão do Mundial de 1998 em situação incômoda para rodada final da 1ª fase

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os franceses entraram em campo ontem, em Leipzig, para jogar contra a Coréia do Sul com dois pesos nas costas. Precisavam de um gol para pôr fim a um jejum de oito anos sem marcar em Copas do Mundo e da vitória para conter a enxurrada de críticas.
Para o primeiro problema, conseguiram uma solução. O gol, que deu fim ao desespero dos "Bleus" (Azuis, em francês), saiu dos pés do maior artilheiro da equipe. Logo aos 9min da etapa inicial, Thierry Henry, que já marcou 34 vezes pela seleção de seu país, recebeu a bola dentro da área e fuzilou.
Foi o grito do alívio. Foram necessários 369 minutos de jogos em Copas para que a torcida francesa voltasse a gritar gol. O último tento dos europeus em Mundiais havia sido marcado por Petit na final de 1998, 3 a 0 contra o Brasil.
Mas a missão ainda não estava cumprida. A França, única cabeça-de-chave que ainda não venceu na competição, precisava manter o resultado.
Aos 32min, os franceses quase ampliaram. Após cobrança de escanteio, Vieira cabeceou. O goleiro Lee Woon-jae espalmou a bola de dentro do gol, mas o juiz não validou o tento.
Sorte dos sul-coreanos, que chegaram ao empate no segundo tempo. Aos 36min, a grande estrela do time, Park Ji-sung, eleito o melhor da partida, encobriu o goleiro Barthez.
"Não estou satisfeito com meu desempenho, mas estou feliz com a minha equipe pois conquistamos um ponto diante de um time muito forte", disse o meia, que já havia feito um gol na última Copa, em 2002.
Após o gol da Coréia, o técnico francês Raymond Domenech ainda tentou reanimar a equipe com substituições. Aos 42min, colocou Dhorasoo no lugar de Malouda. E, já nos acréscimos, pôs Trezeguet, segundo maior artilheiro do time, em campo. Não foi suficiente.
O 1 a 1 em Leipzig não chegou a ser uma surpresa para os torcedores franceses. Sob o comando de Domenech, a França empatou em quase metade das partidas que disputou. Foram 11 empates em 23 jogos.
Com só dois pontos, a França precisará mais do que nunca vencer no seu próximo jogo contra o Togo, na sexta. E, dependendo da combinação de resultados, nem a vitória classificará o time, pois pode chegar no máximo a cinco pontos -pontuação que será repetida por Coréia e Suíça caso os europeus vençam o Togo hoje e empatem com os sul-coreanos.
"Estou decepcionado, mas ainda há uma partida e temos que esperar o melhor. Ainda estamos vivos, mas vamos ter que ganhar e esperar que outros resultados nos ajudem a passar para as oitavas", afirmou Domenech, que, apesar de ter perdido apenas um jogo no comando, sofre muitas críticas da imprensa francesa.
Por outro lado, a Coréia do Sul, que ficou em quarto lugar na última Copa- na qual foi uma das anfitriãs- e chegou à Alemanha como um dos azarões do Grupo G, deu um importante passo em direção à próxima fase. O time manteve a liderança da chave e reconquistou a confiança da torcida.
"Eu amo Park Ji-sung. Ele nos levará à próxima fase. Nós vamos vencer a Suíça", disse o torcedor Kim Kong-sik, em meio à multidão que lotou as ruas de Seul, capital do país.


Com agências internacionais


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