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Patota do Paraná causa mal-estar no Palmeiras
Preferência de Caio Júnior por atletas que trouxe do ex-clube já cria clima ruim
Jogadores cogitam sair pela falta de chances, e grupo questiona tratamento a Edmundo, que diretoria admite ser caso especial
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um elenco pressionado pelos
quatro jogos sem vitória no
Campeonato Brasileiro. E,
além disso, insatisfeito.
Não bastasse o clima ruim
pela má campanha nas últimas
rodadas, o técnico Caio Júnior
já começa a enfrentar o descontentamento no grupo por sua
preferência pela "turma do Paraná", em referência aos reforços que sempre usa como opção no atual elenco.
Desde que assumiu o time
paulista, o ex-treinador do Paraná trouxe para o Parque Antarctica o zagueiro Edmílson, o
volante Pierre, o zagueiro Gustavo e o atacante Cristiano.
A queixa parte de um atleta
do elenco que disse haver um
descontentamento pela forma
de trabalhar de Caio Jr.
Segundo ele, diante da preferência do treinador, alguns jogadores chegaram a cogitar saída por empréstimo do Palmeiras devido à falta de chances.
A Folha apurou que a insatisfação no grupo palmeirense
atinge principalmente os revelados nas categorias de base,
que temem ser esquecidos e
não aparecer no Nacional.
Caio Jr. comandou o treino
ontem, mas não concedeu entrevista. Ele só fala às quartas e
sextas-feiras. Por meio da assessoria do clube, ele disse apenas que o time tem demonstrado raça e que espera por uma
reação em breve no torneio.
Somado a esse clima de insatisfação, muitos dos reforços
não assimilaram a pressão de
jogar numa equipe que não ganha um Brasileiro desde 94.
O meia Caio admitiu que os
jogadores vão precisar de personalidade para lidar com a situação adversa vinda das arquibancadas. "Os mais velhos, como o Martinez, tentam passar
tranqüilidade. Mas lidar com a
pressão é difícil", falou o jogador, que chegou a ser cotado,
junto com o atacante Alex
Afonso, para entrar numa troca
pelo atacante Fabiano Gadelha, do Marília.
Atuando como bombeiro, o
gerente de futebol Toninho Cecílio falou sobre isso. "Jogar futebol tem um preço. E o preço
de defender um time como o
Palmeiras é essa pressão", falou o dirigente, que aceita até
conversar com os torcedores
que no aeroporto hostilizaram
o time na volta de Goiânia.
Mas o problema em torno do
futebol não se restringe às preferências de Caio Jr. O posicionamento em relação a Edmundo também é questionado.
No elenco, ninguém contesta
sua importância, mas o fato de
o jogador ter tratamento diferente em relação à disciplina.
Sobre o atacante, que voltará
ao time após cumprir dois jogos de gancho pela entrada no
zagueiro Miranda, no clássico
contra o São Paulo, Toninho
admite tratar-se de um caso especial. "Não existe insatisfação
com o Edmundo. Sabemos do
temperamento dele, mas a dedicação também é grande."
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