São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

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Patota do Paraná causa mal-estar no Palmeiras

Preferência de Caio Júnior por atletas que trouxe do ex-clube já cria clima ruim

Jogadores cogitam sair pela falta de chances, e grupo questiona tratamento a Edmundo, que diretoria admite ser caso especial


TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um elenco pressionado pelos quatro jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro. E, além disso, insatisfeito.
Não bastasse o clima ruim pela má campanha nas últimas rodadas, o técnico Caio Júnior já começa a enfrentar o descontentamento no grupo por sua preferência pela "turma do Paraná", em referência aos reforços que sempre usa como opção no atual elenco.
Desde que assumiu o time paulista, o ex-treinador do Paraná trouxe para o Parque Antarctica o zagueiro Edmílson, o volante Pierre, o zagueiro Gustavo e o atacante Cristiano.
A queixa parte de um atleta do elenco que disse haver um descontentamento pela forma de trabalhar de Caio Jr.
Segundo ele, diante da preferência do treinador, alguns jogadores chegaram a cogitar saída por empréstimo do Palmeiras devido à falta de chances.
A Folha apurou que a insatisfação no grupo palmeirense atinge principalmente os revelados nas categorias de base, que temem ser esquecidos e não aparecer no Nacional.
Caio Jr. comandou o treino ontem, mas não concedeu entrevista. Ele só fala às quartas e sextas-feiras. Por meio da assessoria do clube, ele disse apenas que o time tem demonstrado raça e que espera por uma reação em breve no torneio.
Somado a esse clima de insatisfação, muitos dos reforços não assimilaram a pressão de jogar numa equipe que não ganha um Brasileiro desde 94.
O meia Caio admitiu que os jogadores vão precisar de personalidade para lidar com a situação adversa vinda das arquibancadas. "Os mais velhos, como o Martinez, tentam passar tranqüilidade. Mas lidar com a pressão é difícil", falou o jogador, que chegou a ser cotado, junto com o atacante Alex Afonso, para entrar numa troca pelo atacante Fabiano Gadelha, do Marília.
Atuando como bombeiro, o gerente de futebol Toninho Cecílio falou sobre isso. "Jogar futebol tem um preço. E o preço de defender um time como o Palmeiras é essa pressão", falou o dirigente, que aceita até conversar com os torcedores que no aeroporto hostilizaram o time na volta de Goiânia.
Mas o problema em torno do futebol não se restringe às preferências de Caio Jr. O posicionamento em relação a Edmundo também é questionado.
No elenco, ninguém contesta sua importância, mas o fato de o jogador ter tratamento diferente em relação à disciplina.
Sobre o atacante, que voltará ao time após cumprir dois jogos de gancho pela entrada no zagueiro Miranda, no clássico contra o São Paulo, Toninho admite tratar-se de um caso especial. "Não existe insatisfação com o Edmundo. Sabemos do temperamento dele, mas a dedicação também é grande."


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