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Vaiado, Brasil prolonga crise e Dunga
Após 20 anos, clássico com Argentina termina sem gols, e time nacional pode ficar fora de zona de classificação para a Copa
Em confronto fraco, técnico
brasileiro é chamado de "jumento", ouve pedido de
adeus da torcida e aplauso
solitário para estrela rival
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Sem animação, torcedores observam o empate sem gols entre Brasil e Argentina, em Belo Horizonte, pelas eliminatórias da Copa
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Depois de 20 anos e 22 confrontos, Brasil e Argentina, fizeram ontem, em Belo Horizonte, um clássico sem gols.
Muito pior para Dunga, que
viu sua seleção completar o terceiro jogo sem vitória e com o
risco de terminar a sexta rodada, caso haja um vencedor hoje
no jogo Venezuela x Chile, em
quinto lugar nas eliminatórias.
Apenas os quatro primeiros
se classificam diretamente para a Copa do Mundo de 2010. O
quinto ainda tem o direito de
disputar uma repescagem contra o quarto colocado das eliminatórias da Concacaf.
Mas pior do que a fotografia
atual da classificação foi o tratamento que Dunga recebeu
em um Mineirão com mais de
50 mil pessoas. Os torcedores
disseram adeus ao técnico, que
ainda foi chamado de "jumento" e viu, recolhido no banco de
reservas, bem longe da lateral
do campo, o atacante Messi ser
o único a receber aplausos,
quando foi substituído e o jogo
já se aproximava do seu final.
Isso durante um confronto
que justificou a péssima fase
dos maiores rivais sul-americanos. Ambos fazem suas piores
campanhas desde que o qualificatório da região adotou a tabela atual, a partir de 2002.
Juntos, somam 20 pontos,
contra, por exemplo, 26 no
mesmo momento das eliminatórias para o Mundial de 2002.
E foi um duelo pobre. O empate acabou com a série de ótimos resultados da seleção sob o
comando de Dunga diante da
Argentina -ele somava duas
vitórias por 3 a 0 sob o rival.
Também significou a primeira
vez que o argentino Alfio Basile
não perdeu para o Brasil nessa
passagem dele pela seleção.
O Brasil não marca um gol há
quase 300 minutos -passou
em branco contra Venezuela,
Paraguai e Argentina. Neste
ano, em seis jogos, o time tem
uma média inferior a um gol.
Dunga levará agora sua crise
para Pequim, com a seleção
olímpica, que insistiu em comandar e que pode ser até seu
derradeiro ato como treinador
da seleção, em roteiro muito
parecido com o de Vanderlei
Luxemburgo há oito anos.
As eliminatórias para o Mundial voltam apenas em setembro, quando o Brasil terá Chile
e Bolívia pela frente.
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