LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília

A final da Copa Brasil foi parar no Congresso Nacional. A diretoria do Juventude recorreu a parlamentares para evitar que o jogo de amanhã fosse transferido de Caxias do Sul para Porto Alegre, como queria o Botafogo.
A pressão comandada pelo presidente do Juventude, Milton Scola, e pelo prefeito petista de Caxias do Sul, Pepe Vargas, teve resultado positivo. A partida será realizada no estádio do Juventude, às 16h.
A mobilização envolveu pelo menos três deputados federais do PT e do PMDB. Vargas recorreu ao líder do PT na Câmara, José Genoino (SP), para garantir a manutenção do jogo no Alfredo Jaconi.
Apesar de se dizer "chateado" com o Juventude, que eliminou seu time da Copa Brasil, o corintiano Genoino apelou diretamente ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira.
Em ofício enviado ontem ao líder petista, Teixeira creditou ao pedido de Genoino a confirmação do jogo em Caxias do Sul. O dirigente da CBF disse que "atendendo ao apelo de Vossa Excelência" determinou a decisão no Alfredo Jaconi.
"Defendi o cumprimento do regulamento da Copa Brasil como defendo o cumprimento do regimento da Câmara", afirmou Genoino, um dos especialistas na interpretação de normas regimentais no Congresso.
No pedido encaminhado à CBF, Genoino afirmou que interveio "em consideração ao legítimo interesse da população de Caxias do Sul". Para ele, o jogo na cidade seria "um prêmio ao esforço do Juventude, que se portou com brilho na competição".
"Se o jogo fosse transferido, a população de Caxias seria a maior prejudicada, pois não teria como se deslocar até Porto Alegre. Seria muito ruim para o partido", disse.
Torcedor do Juventude, o deputado Germano Rigotto (PMDB-RS) também se engajou na campanha. A pedido de Scola, Rigotto conversou com o vice-presidente da CBF, Alfredo Nunes.
Desde anteontem, Nunes tentava localizar o ex-líder do governo no Congresso para confirmar a realização da partida em Caxias do Sul. Rigotto visitava a região Norte para divulgar a reforma tributária.
O petista Fernando Marroni (PT-RS) fez discurso no plenário da Câmara criticando a tentativa do Botafogo de transferir a partida.
Com base em informações da Federação Gaúcha de Futebol, o Botafogo argumentou que o estádio está fora dos padrões estabelecidos pelas normas do torneio.
O regulamento estabelece que a capacidade mínima do estádio onde se realizará a final é de 30 mil pessoas. O Botafogo alegou que o Alfredo Jaconi tem 25 mil lugares.
Laudos técnicos comprovaram que o estádio tem a capacidade mínima prevista no regulamento.


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