Mesmo em 1º no Brasileiro e com equipe entrosada, Muricy afirma que não quer ninguém tranqüilo

Para manter chance de ser tetra na Libertadores, time precisa passar hoje pelos Argentinos do Estudiantes em um Morumbi lotado

Almeida Rocha/Folha Imagem

Os atacantes Aloísio e Ricardo Oliveira e o ala Souza comemoram gol em "rachão' do São Paulo

Líder isolado do Brasileiro, aproveitamento de 100% nos dois jogos pós-intertemporada, apoio maciço no Morumbi e um time quase sem problemas para decidir sua permanência na Taça Libertadores.
Apesar de todo o quadro favorável para a partida de hoje, às 21h45, contra o Estudiantes, o técnico Muricy Ramalho fez questão de sair à caça de "problemas", a fim de sacudir os seus jogadores para o confronto contra os argentinos. "Não quero saber de jogador tranqüilo. Jogador tem que ficar é ligado no que está acontecendo. Saber quem é o melhor do time, como joga. Antecipei a concentração em um dia, conversei com eles e expliquei a importância dessa partida e o porquê de ficarmos concentrados."
Segundo o treinador, a própria torcida já deve servir para motivar os jogadores. "São 70 mil torcedores no estádio, mais milhões que vão acompanhar o São Paulo na TV." Muricy, que se referiu à carga total à venda (ainda restam ingressos), parece ter consciência de que a queda na Libertadores, competição predileta dos são-paulinos e na qual o clube defende o título (já foi três vezes campeão), pode abalar profundamente o psicológico para o resto do ano.
Como perdeu na ida por 1 a 0, se vencer hoje pelo mesmo placar, o São Paulo leva a decisão para os pênaltis. Para avançar direto, o time tem de vencer por dois gols de diferença.
Apesar da fase iluminada da equipe, que conseguiu a liderança no último sábado graças a um gol nos acréscimos e também ao tropeço dos então líderes Cruzeiro e Internacional, o treinador disse ter os pés no chão. "Esses jogos [contra Grêmio e Figueirense, na retomado do Nacional] serviram para mostrar no que estamos errando. O passe não está preciso, e outros detalhes acabam fazendo falta num jogo decisivo. A bola parada é outro ponto."
O volante Josué endossa o discurso de Muricy. "Realmente não convencemos nos dois últimos jogos, mas posso dizer que estamos preparados para enfrentar o Estudiantes", falou o jogador, que hoje espera a classificação como presente de aniversário: completa 27 anos.
Para o jogo, a dúvida é Júnior. Richarlyson é o seu substituto natural, apesar de Muricy estudar outra opção. Na defesa, Alex e Edcarlos substituem Lugano e André Dias.
Mesmo sem ter treinado pênaltis, ao menos com a mídia presente, os cobradores estão definidos. Rogério, Danilo, Ricardo Oliveira, Souza e Júnior (ou Mineiro) são os nomes. Caso a decisão vá para as penalidades, Muricy já sabe o que falar aos atletas. "Pênalti é momento. A dica é não inventar."