São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

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VÔLEI

Seleção joga final com cabeça "nos netos"

Após 4º lugar em Santo Domingo com time novato, seleção quer o ouro contra Cuba

Equipe supera os EUA por 3 sets a 0 nas semifinais, e técnico Zé Roberto fala às atletas em "fazer história" para as próximas gerações

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

José Roberto Guimarães assumiu a seleção feminina de vôlei em 2003, após uma crise que desmantelou o grupo.
Desde então, a equipe tornou-se habituê do pódio e só não conquistou uma medalha na Olimpíada de Atenas, em 2004. Além daquela quarta colocação, soma 12 títulos e dois vice-campeonatos.
Para traçar essa trilha vitoriosa, no entanto, Zé Roberto deixou de lado um torneio menos disputado, que acontece de quatro em quatro anos: o Pan.
Preocupado em não sobrecarregar suas principais atletas, o Brasil enviou a Santo Domingo um time com base juvenil, perdeu a chance de conquistar o bi e ficou em quarto. Hoje, às 15h, entra em quadra para conseguir esse título.
"Nós temos a chance de fazer história. Do segundo colocado, ninguém lembra. Vou dizer para elas pensarem no que podem deixar para nossos filhos e netos", afirmou o treinador.
Para isso, o time terá de mostrar que aprendeu com o passado. Do outro lado da quadra terá Cuba, eterno arquirival, protagonista da famosa briga na Olimpíada de Atenas-1996.
"Os árbitros serão orientados para coibir qualquer tipo de provocação. Não podemos dar motivo, cair em armadilhas", afirmou Zé Roberto.
Hoje, a rivalidade não é mais a mesma. Fora da quadra, a maior parte das atletas se conhece. Mas Fofão, única remanescente daquele grupo, é reticente sobre o clima amistoso.
"A rivalidade é grande e vai existir sempre. Acho que elas estão voltando a ser como antes, a gritar na cara, a provocar. Vamos ter de manter muito a concentração e o sangue frio", disse a levantadora.
Ontem, Zé Roberto havia pedido que as jogadoras atuassem como se fosse "o jogo" da vida delas. A seleção seguiu o conselho e passou pelos EUA com facilidade, por 3 sets a 0 (25/13, 25/20 e 25/20).
Antes da partida, foi respeitado um minuto de silêncio pelas vítimas do acidente com o avião da TAM, em São Paulo. No ginásio, só se ouviam os disparos dos fotógrafos.
"Gostei da personalidade da equipe hoje [ontem]. Tivemos alguns erros no passe em determinados momentos, mas, como um todo, fiquei muito satisfeito", afirmou o treinador.
"Temos que conseguir manter estilo zen. E também transformar o nervosismo de jogar diante da torcida em uma pressão positiva. É o jogo do ouro."


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