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VÔLEI
Seleção joga final com cabeça "nos netos"
Após 4º lugar em Santo Domingo com
time novato, seleção quer o ouro
contra Cuba
Equipe supera os EUA por
3 sets a 0 nas semifinais, e
técnico Zé Roberto fala às
atletas em "fazer história"
para as próximas gerações
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
José Roberto Guimarães assumiu a seleção feminina de
vôlei em 2003, após uma crise
que desmantelou o grupo.
Desde então, a equipe tornou-se habituê do pódio e só
não conquistou uma medalha
na Olimpíada de Atenas, em
2004. Além daquela quarta colocação, soma 12 títulos e dois
vice-campeonatos.
Para traçar essa trilha vitoriosa, no entanto, Zé Roberto
deixou de lado um torneio menos disputado, que acontece de
quatro em quatro anos: o Pan.
Preocupado em não sobrecarregar suas principais atletas,
o Brasil enviou a Santo Domingo um time com base juvenil,
perdeu a chance de conquistar
o bi e ficou em quarto. Hoje, às
15h, entra em quadra para conseguir esse título.
"Nós temos a chance de fazer
história. Do segundo colocado,
ninguém lembra. Vou dizer para elas pensarem no que podem
deixar para nossos filhos e netos", afirmou o treinador.
Para isso, o time terá de mostrar que aprendeu com o passado. Do outro lado da quadra terá Cuba, eterno arquirival, protagonista da famosa briga na
Olimpíada de Atenas-1996.
"Os árbitros serão orientados
para coibir qualquer tipo de
provocação. Não podemos dar
motivo, cair em armadilhas",
afirmou Zé Roberto.
Hoje, a rivalidade não é mais
a mesma. Fora da quadra, a
maior parte das atletas se conhece. Mas Fofão, única remanescente daquele grupo, é reticente sobre o clima amistoso.
"A rivalidade é grande e vai
existir sempre. Acho que elas
estão voltando a ser como antes, a gritar na cara, a provocar.
Vamos ter de manter muito a
concentração e o sangue frio",
disse a levantadora.
Ontem, Zé Roberto havia pedido que as jogadoras atuassem
como se fosse "o jogo" da vida
delas. A seleção seguiu o conselho e passou pelos EUA com facilidade, por 3 sets a 0 (25/13,
25/20 e 25/20).
Antes da partida, foi respeitado um minuto de silêncio pelas vítimas do acidente com o
avião da TAM, em São Paulo.
No ginásio, só se ouviam os disparos dos fotógrafos.
"Gostei da personalidade da
equipe hoje [ontem]. Tivemos
alguns erros no passe em determinados momentos, mas, como um todo, fiquei muito satisfeito", afirmou o treinador.
"Temos que conseguir manter estilo zen. E também transformar o nervosismo de jogar
diante da torcida em uma pressão positiva. É o jogo do ouro."
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