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FUTEBOL
Seleção feminina atropela o Equador
Liderado por Marta e Cristiane, time põe pé nas semifinais após fazer 10 a 0
Brasil enfrenta amanhã a equipe canadense, que enfiou 11 a 1 na Jamaica e ostenta o recorde de maior goleada do Pan até agora
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Sem ter sofrido nenhum gol,
a seleção feminina goleou, com
"placar de várzea", o Equador,
ontem, no Engenhão, e garantiu vaga na semifinal. O time
venceu as equatorianas por 10 a
0, maior goleada da carreira da
maioria das atletas.
A meia-atacante Marta, que
marcou quatro gols, e a atacante Cristiane, que fez outros
quatro, foram os destaques da
seleção. Pretinha e Daniela Alves completaram a vitória.
"Pela seleção, só me recordo
uma vez de termos vencido por
mais de dez gols. Foi contra as
peruanas por 13 gols, num sul-americanos, há alguns anos",
disse a meia Formiga, 29, uma
das mais experientes da equipe.
"Um placar deste só consegui
lá na várzea. Chega a ser até engraçado", disse Marta. A terceira goleada do time na competição iniciou um clima de "já ganhou" na delegação. Logo após
o final da partida, o próprio técnico Jorge Barcellos admitiu o
favoritismo da equipe nacional
para obter o ouro.
"Temos que colocar o nosso
futebol para fora. Tenho certeza de que o Brasil vai superar
estas partidas aí", disse o técnico, ao referir-se aos próximos
confrontos da equipe no Pan.
Amanhã, as brasileiras decidem com as canadenses a liderança do grupo. Os dois times
venceram todos os jogos de goleada. Ontem, o Canadá derrotou as jamaicanas, por 11 a 1. A
partida é considera uma final
antecipada do Pan.
Os EUA, que também são favoritos ao título, não disputam
a competição com o time principal. O país está representado
por uma seleção sub-20.
Com seis gols, Cristiane é a
artilheira da seleção, seguida
por Marta. Eleita melhor jogador do mundo pela Fifa em dezembro, a meia-atacante já tem
marcou cinco vezes no Pan.
A goleada histórica fez a festa
dos torcedores no Engenhão,
que teve ontem o maior público
no torneio de futebol feminino
(11.639 pessoas).
"Estou adorando ver as meninas jogarem. Nunca pensei
que mulheres poderiam jogar
tão bem. Elas são demais. Assisti aos três jogos delas aqui e
virei fã", disse a vendedora
Marcia Gil, 43, que mora ao lado do estádio.
Apesar da facilidade da vitória -a goleira brasileira só pegou duas bolas-, a seleção
criou expectativa pelo décimo
gol. Ele só veio aos 45min do segundo tempo, 21 minutos após
o nono. "As equatorianas se fecharam muito, mas deixamos
nossa marca", disse Formiga.
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