São Paulo, sábado, 19 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MOTOR

Barrichello, 17


Veterano não se consagrou como vencedor, mas tem perfil perfeito para uma F-1 repleta de equipes médias


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

BARRICHELLO tentou negar, afinal o papel timbrado ainda não foi divulgado à imprensa. Mas Brawn foi claro, não há margem para ter sido "misquoted", termo usado pelo piloto brasileiro ao ser abordado por repórteres brasileiros.
À pergunta "então veremos os mesmos pilotos nos seus carros no ano que vem?", o chefe da Honda respondeu "sim". Nessa, não há como ser mal interpretado. Sorry. E assim Barrichello vai para sua 17ª temporada na categoria máxima do automobilismo, igualando o número de Mundiais de Patrese -o recorde de corridas já ficou distante. Se disputar os nove GPs que restam neste ano e os 19 programados no pré-calendário de 2009, chegará ao fim do próximo Mundial com 287 largadas, 12% a mais que o velho recorde, uma marca que parecia inalcançável tempos atrás. É bastante. Como? Por quê? E daí? Sendo útil. Barrichello não se consagrou como um grande vencedor, mas conquistou essa fama no paddock, de piloto proficiente, centrado, sem arroubos de estrelismo. E se é verdade que chegou à equipe certa (a Ferrari) na hora errada (o auge de Schumacher), também é que a F-1 contemporânea, repleta de equipes tentando se estruturar, revela-se perfeita para ele. Red Bull, Honda, BMW, Force India, Toyota, Toro Rosso, Renault e Williams, oito das dez equipes no grid, estão de braços abertos para pilotos com esse perfil. Fisichella, Webber, Trulli e Coulthard (por ora) que o digam. Por que ele? Porque ele trabalha bem com Brawn e o inglês, lembrem-se, só chegou a Brackley neste ano. O primeiro carro sob sua gestão será o de 2009, e certamente Barrichello e Button estão sendo ouvidos no projeto. Construir um carro para dois pilotos e colocar outros dois para guiá-lo seria temerário, mais um erro de percurso na história de uma equipe que busca, enfim, se acertar. E daí? E daí que, freqüentemente claudicante fora das pistas -como na entrevista de ontem-, mas cheio de vontade dentro delas, por um motivo ou por outro, Barrichello chegará a uma marca de respeito. E por esse número merece parabéns.

ARRANCADA
Em cinco corridas, Stoner descontou 21 pontos para a liderança da MotoGP. E, ontem, voltou à rotina das últimas provas e cravou todo mundo nos EUA. A ponto de Rossi já dizer que "teremos que trabalhar muito duro para diminuir a diferença de performance" e de Hayden se oferecer para a Ducati.

COISA ESTRANHA
O anúncio do doping de Paulo Salustiano completa dois meses na segunda-feira e até agora a CBA não divulgou qual foi a substância encontrada. No meio do automobilismo, não faltam histórias sobre o silêncio e sobre os motivos do doping. Alguma coisa cheira mal...

fseixas@folhasp.com.br


Texto Anterior: Feminino: Grupo dos jogos está definido
Próximo Texto: José Geraldo Couto: Dia do Futebol
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.