São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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Clássico expõe ruína de rivais em 2009

São Paulo e Santos, que vivem trajetórias semelhantes neste ano, enfrentam-se no Morumbi em busca de reabilitação

Enredo dos dois times, que juntos possuem cinco títulos nacionais nesta década, tem troca de técnico, brigas no elenco e ídolos em má fase

CAROLINA ARAÚJO
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Resultados ruins, conflitos entre jogadores, ídolos do ano passado em prolongada má fase e demissão de treinadores.
O enredo serve para explicar o conturbado momento vivido por São Paulo e Santos, que hoje duelam às 16h, no Morumbi.
Os dois times, que juntos conquistaram cinco Brasileiros nesta década, vivenciam uma sucessão de reveses em 2009.
O São Paulo iniciou a rodada na 15ª colocação do Brasileiro, a dois pontos do lanterna. Ainda amarga a eliminação na Libertadores para o Cruzeiro, em pleno Morumbi, derrota que resultou na queda do então técnico Muricy Ramalho.
Ricardo Gomes, atual treinador, não conseguiu melhorar o desempenho do time. Em quatro jogos, foram duas derrotas, um empate e só um triunfo -aproveitamento de 33%.
Também foi em casa, na Vila Belmiro, que o Santos passou pelo seu maior vexame em 2009, no mês de abril, ao ser eliminado na Copa do Brasil pelo time alagoano CSA. No Brasileiro, está em melhor situação que o rival. Com 14 pontos, começou a rodada em 11º.
Hoje, o interino Serginho Chulapa dirige o time pela última vez. Amanhã, o clube apresenta seu terceiro técnico neste ano, Vanderlei Luxemburgo.
O ano de dissabores também vem se caracterizando, nos dois clubes, por conflitos entre os jogadores. No Morumbi, o atacante Washington, contratado no início do ano como estrela, vive má fase e não tem bom relacionamento com seus colegas de ataque, Borges e Dagoberto.
Apesar de os são-paulinos, por diversas ocasiões, terem reclamado publicamente da atuação dos colegas via imprensa, diretoria, corpo técnico e atletas negam qualquer problema de relacionamento no elenco.
Na Baixada Santista, os atritos estão centralizados em um nome: Fábio Costa. O goleiro brigou, nos últimos meses, com Fabiano Eller, Paulo Henrique e o preparador de goleiros Eduardo Bahia. Além do arqueiro, Eller e Neymar também protagonizaram discussão.
Outro motivo de preocupação nas equipes são seus goleiros. No São Paulo, Denis substitui Rogério. No Santos, Douglas jogará até a volta de Fábio Costa. Em comum, os dois arqueiros sofreram com falhas nos últimos jogos e a expectativa pela volta dos titulares.
Para piorar, os heróis das duas equipes no Brasileiro do ano passado não repetem o bom desempenho neste ano.
O santista Kléber Pereira, coartilheiro do Nacional-2008, com 21 gols, e o nome do Santos na luta contra o rebaixamento, tem sido mais lembrado pelas chances perdidas do que pelos gols feitos nesta temporada.
Adaptando-se à sua nova função tática, mais distante da área, o atacante tem feito menos gols. Em 2008, sua média foi de 0,55 gol por jogo. Agora, está em 0,45 tento por duelo.
Do outro lado, o problema é Hernanes. Eleito o melhor jogador do Brasileiro do ano passado, o jogador deve começar o clássico no banco de reservas.
Neste ano, o volante recebe mais bolas por jogo, segundo o Datafolha. Mas piorou seu desempenho tanto no apoio (caiu em número de lançamentos) como na marcação (realiza menos desarmes).
Resultado: as diretorias de São Paulo e Santos não escondem que, se receberem uma boa proposta pelos jogadores, não hesitarão em vendê-los.
Hernanes é apontado como alvo do italiano Milan e do turco Fenerbahce. Kléber Pereira interessa ao futebol árabe.


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