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Clássico expõe ruína de rivais em 2009
São Paulo e Santos, que vivem trajetórias semelhantes neste ano, enfrentam-se no Morumbi em busca de reabilitação
Enredo dos dois times, que juntos possuem cinco títulos nacionais nesta década, tem troca de técnico, brigas no elenco e ídolos em má fase
CAROLINA ARAÚJO
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL
Resultados ruins, conflitos
entre jogadores, ídolos do ano
passado em prolongada má fase
e demissão de treinadores.
O enredo serve para explicar
o conturbado momento vivido
por São Paulo e Santos, que hoje duelam às 16h, no Morumbi.
Os dois times, que juntos
conquistaram cinco Brasileiros
nesta década, vivenciam uma
sucessão de reveses em 2009.
O São Paulo iniciou a rodada
na 15ª colocação do Brasileiro,
a dois pontos do lanterna. Ainda amarga a eliminação na Libertadores para o Cruzeiro, em
pleno Morumbi, derrota que
resultou na queda do então técnico Muricy Ramalho.
Ricardo Gomes, atual treinador, não conseguiu melhorar o
desempenho do time. Em quatro jogos, foram duas derrotas,
um empate e só um triunfo
-aproveitamento de 33%.
Também foi em casa, na Vila
Belmiro, que o Santos passou
pelo seu maior vexame em
2009, no mês de abril, ao ser
eliminado na Copa do Brasil
pelo time alagoano CSA. No
Brasileiro, está em melhor situação que o rival. Com 14 pontos, começou a rodada em 11º.
Hoje, o interino Serginho
Chulapa dirige o time pela última vez. Amanhã, o clube apresenta seu terceiro técnico neste
ano, Vanderlei Luxemburgo.
O ano de dissabores também
vem se caracterizando, nos dois
clubes, por conflitos entre os
jogadores. No Morumbi, o atacante Washington, contratado
no início do ano como estrela,
vive má fase e não tem bom relacionamento com seus colegas
de ataque, Borges e Dagoberto.
Apesar de os são-paulinos,
por diversas ocasiões, terem reclamado publicamente da atuação dos colegas via imprensa,
diretoria, corpo técnico e atletas negam qualquer problema
de relacionamento no elenco.
Na Baixada Santista, os atritos estão centralizados em um
nome: Fábio Costa. O goleiro
brigou, nos últimos meses, com
Fabiano Eller, Paulo Henrique
e o preparador de goleiros
Eduardo Bahia. Além do arqueiro, Eller e Neymar também
protagonizaram discussão.
Outro motivo de preocupação nas equipes são seus goleiros. No São Paulo, Denis substitui Rogério. No Santos, Douglas
jogará até a volta de Fábio Costa. Em comum, os dois arqueiros sofreram com falhas nos últimos jogos e a expectativa pela
volta dos titulares.
Para piorar, os heróis das
duas equipes no Brasileiro do
ano passado não repetem o
bom desempenho neste ano.
O santista Kléber Pereira,
coartilheiro do Nacional-2008,
com 21 gols, e o nome do Santos
na luta contra o rebaixamento,
tem sido mais lembrado pelas
chances perdidas do que pelos
gols feitos nesta temporada.
Adaptando-se à sua nova
função tática, mais distante da
área, o atacante tem feito menos gols. Em 2008, sua média
foi de 0,55 gol por jogo. Agora,
está em 0,45 tento por duelo.
Do outro lado, o problema é
Hernanes. Eleito o melhor jogador do Brasileiro do ano passado, o jogador deve começar o
clássico no banco de reservas.
Neste ano, o volante recebe
mais bolas por jogo, segundo o
Datafolha. Mas piorou seu desempenho tanto no apoio (caiu
em número de lançamentos)
como na marcação (realiza menos desarmes).
Resultado: as diretorias de
São Paulo e Santos não escondem que, se receberem uma
boa proposta pelos jogadores,
não hesitarão em vendê-los.
Hernanes é apontado como
alvo do italiano Milan e do turco Fenerbahce. Kléber Pereira
interessa ao futebol árabe.
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