São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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JUCA KFOURI

Líder invicto e feio


O Corinthians, há nove jogos sem perder, lidera o Brasileiro, mas sofre para fazer um mísero gol

AO CORINTHIANS falta um goleador, como mais uma vez ficou claro na sofrida vitória sobre o Galo, graças a uma bola desviada na zaga já no fim do jogo. Ironia das ironias porque, em tese, o líder invicto e isolado do Brasileiro, único time sem derrotas em nove rodadas, tem simplesmente o maior artilheiro da história das Copas do Mundo em seu elenco.
E é talvez por contar com os milagres de Ronaldo Fenômeno que o Corinthians só tenha este Brasileirão para festejar um título em seu centenário, já que a Libertadores ficou como devaneio.
E Ronaldo é cada vez mais uma incógnita, assim como reforços como Danilo, Tcheco e Iarley são decepções, diferentemente de Roberto Carlos e Bruno César. Se contra o Ceará, na reabertura do campeonato, o Corinthians desperdiçou a chance de folgar na tabela em pleno Castelão, contra o Galo a situação ficou mais dramática, tantas foram as chances desperdiçadas, para não falar do pênalti perdido por Chicão no começo do jogo, um acidente.
O Corinthians tem sido até capaz de jogar bem e bonito, como nos dez primeiros minutos no Pacaembu. Mas fica evidente que a incapacidade de finalizar com acerto, depois de mais de um mês de treinamentos, enerva o time, que, então, passa a jogar feio e sem graça.
Nada, é claro, que seja tão grave como a situação do São Paulo, que diminui diante do crescimento do Inter. Ou do Palmeiras, cujo parceiro parece sabotar a chegada de Felipão, o homem certo na hora e no lugar certos.
Dos paulistas, o Corinthians aparece como o maior candidato ao título, mais até mesmo que o campeão estadual Santos, que tem na máscara de Neymar um enorme problema para resolver, candidato a ídolo de barro, como os Robinho, Kaká, Alexandre Pato e Ronaldinho Gaúcho da vida. Gente que enriquece com o futebol, mas não enriquece o futebol, verdadeiros cometas, uns de duração mais longa, outros de duração mais curta, dependendo, também, da capacidade de enganar muitos por pouco tempo ou poucos por muito tempo.
Como certos especialistas que mais erram do que acertam com Ronaldo, que, diga-se, já justificou sua passagem pelo Corinthians.
Se o próprio craque diz que valeu a pena o novo sacrifício que fez para viver o que viveu com a camisa corintiana em 2009 é hora não só de ele mesmo respeitar a sua história como é obrigatório que o Corinthians ache uma alternativa para não depender tanto dele. Porque se o título é possível sem Ronaldo, talvez não seja sem um camisa 9 de verdade.

blogdojuca@uol.com.br


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