São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 2011

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Pênalti é "algo à parte", diz Mano

SELEÇÃO
Técnico fala em cuidados para o futuro, mas absolve quem errou contra o Paraguai


MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A LOS CARDALES

O fiasco das cobranças de pênalti será ignorado pelo técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, nas próximas convocações da equipe.
"As avaliações serão internas, e as decisões [sobre continuidade de jogadores] serão tomadas, mas não vão levar em conta quem perdeu pênalti ou cometeu uma falha", disse Mano ontem.
Anteontem, o Brasil foi eliminado da Copa América pelo Paraguai após empate por 0 a 0 e inédito desempenho nos pênaltis. Elano, André Santos e Fred chutaram para fora. Thiago Silva parou no goleiro Justo Villar. Dois paraguaios converteram.
"As cobranças foram algo à parte, que merece cuidados e interferências", afirmou o treinador, sem dar detalhes.
Mano declarou ainda que os jogadores escolhidos tiveram "bom desempenho nos treinamentos" e que "não faltou controle emocional".
O Brasil não era eliminado nas quartas de final da Copa América desde 2001, com Luiz Felipe Scolari, que sobreviveu no cargo e conquistou a Copa de 2002, na Ásia.
Desta vez, o país caiu com um agravante: nunca a seleção brasileira havia encerrado uma decisão por pênaltis em qualquer disputa sem acertar uma cobrança.

PROVOCAÇÕES E RISOS
Nas quase quatro semanas de treinos em Los Cardales (a 60 km de Buenos Aires), base do Brasil na Copa América, as sessões de cobrança de pênaltis eram os momentos mais descontraídos do dia.
Goleiros e jogadores apostavam camisas, trocavam provocações e gargalhadas.
Mano raramente assistia a essas disputas. O preparador de goleiros, Francisco Cersósimo, era o mediador.
Só no sábado, véspera da partida decisiva com o Paraguai, o técnico fez um treino sério do fundamento. Durante o rachão, tirava uma dupla de jogadores para uma sequência de cobranças em um gol afastado das câmeras.
Dos que falharam no domingo, Elano e Fred eram os mais assíduos no treinamento. O jogador do Fluminense era um dos cobradores preferidos de Júlio César, que gostava de dizer, antes dos chutes do colega, que estavam em um Fla-Flu particular.
Fred teve um desempenho irregular. Chegou a desperdiçar três pênaltis em sequência. Neymar também perdia várias de suas cobranças. Thiago Silva e André Santos, eleitos para a fatídica disputa em La Plata, nem sempre participavam desses treinos.
Antes de deixar Los Cardales, o técnico da seleção disse que vai permanecer no cargo "até que se pense diferente".
"A direção da CBF, com seu presidente, tem muito claro o que precisamos fazer, e vamos continuar fazendo", disse Mano, que conversou com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, logo depois da eliminação da seleção.


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