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Brasil é bi na Copa América;
Luxemburgo ganha 1º título
Reuters
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O técnico Wanderley Luxemburgo, que após a partida de ontem destacou a união de sua equipe na Copa América, é festejado pelos jogadores |
ALEXANDRE GIMENEZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BERTOLOTTO
enviados especiais a Assunção
A seleção brasileira se tornou ontem
bicampeã da Copa
América de 1999, ao
derrotar na final o
Uruguai por 3 a 0,
no estádio Defensores del Chaco,
em Assunção (Paraguai).
Hoje, a seleção deve ser recebida
pelo presidente da República,
Fernando Henrique Cardoso, em
Brasília. Amanhã, viaja ao México
para disputar a Copa das Confederações a partir do dia 24.
Esta é a primeira vez que a seleção ganha a Copa América duas
vezes seguidas -a outra conquista foi em 1997, na Bolívia.
Na história da competição, os
brasileiros têm seis títulos, ainda
bem menos do que uruguaios e
argentinos (14 cada um).
Essa foi a vitória num jogo decisivo de Copa América por maior
diferença de gols desde 1957,
quando os argentinos venceram
os brasileiros pelos mesmos 3 a 0.
O resultado coroa a seleção que
teve a melhor campanha. Foram
seis vitórias em seis jogos, 17 gols
marcados (o melhor ataque) e
dois sofridos (a segunda melhor
defesa, pior apenas que o Paraguai, que levou um).
De quebra, os brasileiros ficaram com os três principais artilheiros da competição: Rivaldo
-o destaque do jogo, com dois
gols e o passe para o terceiro- e
Ronaldo, ambos com cinco gols, e
Amoroso, com quatro.
O bicampeonato também estabelece a mais longa hegemonia
brasileira no torneio.
A seleção não sofre uma derrota
desde a Copa do Equador, em
1993, quando levou de 3 a 2 para o
Chile ainda na primeira fase.
Ao todo são 20 jogos invictos,
dos quais apenas três foram empates.
O Brasil foi eliminado nos pênaltis dos torneios de 93 (quartas)
e 95 (final). Em 97 e 99, o Brasil
venceu os 12 jogos que disputou.
Esse título também tem um sabor especial para Wanderley Luxemburgo, campeão na sua primeira competição como técnico
da seleção brasileira.
A seleção do Uruguai, apesar de
atuar com um time de jovens,
equilibrou a partida desde o início. Com cinco jogadores no
meio-campo, eles bloquearam os
avanços dos brasileiros com marcação ou com faltas. Os brasileiros
sentiram a pressão e, em muitos
momentos, tiveram problemas
com a saída de bola.
Aos 9min, a comissão técnica
pediu pênalti quando Lembo empurrou Ronaldo com o peito.
Aos 11min, numa jogada de todo o ataque, Zé Roberto entrou na
área, driblou o goleiro Carini, mas
perdeu o ângulo.
Aos 18min, os uruguaios, numa
tabela entre Coelho e Zalayeta,
venceram a defesa brasileira, mas
finalizaram mal.
O primeiro gol brasileiro saiu
aos 21min numa jogada ensaiada
malfeita. Flávio Conceição cobrou falta da esquerda, e Rivaldo,
na primeira trave, cabeceou de
costas, mas, em vez de tocar para
trás, mandou a bola para o gol.
Seis minutos depois, Rivaldo fez
um belo gol. Após receber passe
da esquerda, driblou o zagueiro
Lembo e tocou na saída de Carini.
Aos 44min, o lateral-direito Del
Campo invadiu a área brasileira e
chutou no travessão.
Logo depois de repor a bola em
jogo, o goleiro Dida foi atingido
no ombro direito por um rádio de
pilha atirado por um torcedor no
setor dos uruguaios.
No segundo tempo, o atacante
Ronaldo, que vinha tendo uma
atuação discreta, melhorou e desequilibrou o jogo.
Aos 2min, foi lançado por Rivaldo, esperou a bola atingir a altura
certa e chutou no ângulo direito
de Carini para fazer 3 a 0. Nos minutos seguintes, os brasileiros
perderam três chances claras.
Aos poucos, os uruguaios equilibraram o jogo e surgiram chances para os dois lados.
Apesar do resultado elástico, o
confronto foi tenso e cheio de jogadas duras de ambos os lados.
Meia hora antes de começar o
jogo, houve confronto entre torcedores brasileiros e uruguaios, o
que levou a polícia paraguaia a separar as duas torcidas.
Antes desse jogo, a única vez
que os adversários do Brasil tiveram grande torcida a favor fora
contra a Argentina.
No jogo, os uruguaios cometeram a primeira falta com seis segundos de partida.
Só no primeiro tempo, houve
quatro cartões amarelos, dois para cada lado.
O zagueiro brasileiro João Carlos poderia ter sido expulso aos
29min, quando atingiu com a
chuteira a cabeça do meia Magallanes. Ele já tinha cartão amarelo,
mas foi salvo pelo juiz Oscar Ruiz,
que apontou uma solada do uruguaio no lance.
No segundo tempo, João Carlos
voltou a ser perdoado pelo juiz
após cometer uma falta dura.
Mas Ruiz também protegeu os
uruguaios que cometeram faltas
violentas em Zé Roberto, Amoroso e Antônio Carlos. Nessa etapa,
Guigou levou cartão.
Curiosamente, o único jogador
a sair machucado do jogo, o volante uruguaio Coelho, torceu o
tornozelo ao pisar num buraco.
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