São Paulo, Segunda-feira, 19 de Julho de 1999
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TÊNIS
Franceses vestem camiseta da seleção de futebol do país para comemorar classificação para semifinais
Kuerten perde, e o Brasil sai da Davis

ROBERTO DIAS
enviado especial a Pau (França)

Eliminado da Copa Davis pela França, o Brasil ainda teve de aguentar ontem as provocações do adversário.
Logo após Cédric Pioline bater Gustavo Kuerten no jogo que deu a vitória aos franceses, o time da casa vestiu camisas da seleção de futebol do país, numa clara alusão à final da última Copa, quando a equipe derrotou os brasileiros por 3 a 0, há pouco mais de um ano.
Com a camisa dez, a mesma de Zinedine Zidane (autor de dois dos três gols naquele jogo), estava Pioline, que, assim como o meia da seleção, foi o grande responsável pela vitória francesa.
Ontem, o tenista, 25º do ranking, marcou o ponto que deu a vitória a seu país ao fazer 3 sets a 0 (6/3, 6/4 e 6/4) em Kuerten, quinto do mundo. Com isso, a França chegou a 3 a 1 no placar geral do confronto.
Em seguida, apenas para cumprir tabela, Fernando Meligeni (30º) superou Sébastien Grosjean (34º), num jogo encurtado, por 2 sets a 1 (6/7, 6/4 e 6/2).
Com isso, o Brasil perdeu seu principal confronto na Davis desde que Kuerten, jogador de melhores resultados na história do tênis brasileiro, passou a disputar a mais importante competição do mundo entre países. Era a primeira vez que ele atuava nas quartas-de-final do torneio.
"Eu e o Meligeni não tivemos chance contra Pioline", afirmou Gustavo Kuerten.
Ontem, o francês, assim como fizera contra Meligeni, no primeiro dia, dominou completamente o jogo. E fez só o necessário para vencer: quebrou o serviço de Kuerten uma vez em cada set.
Aproveitando-se da quadra rápida que seu time escolheu para o confronto (de carpete, montada dentro de um ginásio, o Palácio dos Esportes da cidade francesa de Pau), Pioline fez um jogo de saque-voleio eficiente. Venceu 71 % dos pontos em que subiu à rede, enquanto Kuerten só o fez em 44% das oportunidades.
"Talvez ele (Kuerten) estivesse um pouco cansando. Perdeu alguns pontos que poderia ter feito", afirmou Pioline, em referência ao fato de Kuerten ter disputado antes dois jogos no confronto.
Com a derrota, o Brasil sai da Davis sem atuar em casa. Ainda assim, a Confederação Brasileira de Tênis diz que o patrocínio que obteve para os jogos com os franceses (o primeiro da história da entidade) lhe permitiu saldar os gastos do confronto, que teriam superado US$ 60 mil.
O time brasileiro, mesmo com a derrota, dividirá US$ 160 mil.
Para o ano que vem, o Brasil já tem vaga garantida no Grupo Mundial (a elite) da Davis, já que havia vencido seu primeiro confronto ao bater a Espanha fora de casa.


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