São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Hoogenband se supera nos 50 m finais

DO ENVIADO A ATENAS

Ele esperou até o último momento para explodir. Pieter van den Hoogenband completou a primeira metade da prova em quinto lugar, reagiu nos metros finais e nem acreditou quando viu o resultado no placar.
O tempo obtido no triunfo dos 100 m livre em Atenas, 48s17, é 33 centésimos pior que seu recorde mundial, estabelecido há quatro anos. Mesmo assim, não titubeou ao eleger seu momento favorito.
"Com certeza, ganhar esse ouro aqui na Grécia foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu estava tão atrás na prova que nem acreditei quando vi meu nome em primeiro lugar. Desde Sydney carrego essa pressão comigo nos torneios. Hoje sou um bicampeão", afirmou o nadador.
Poucos na história da prova mais nobre da natação podem dizer o mesmo. Duke Paoa Kahanamoku, dos EUA, foi o primeiro a conseguir o feito, em Estocolmo-1912 e na Antuérpia-1920.
Johnny Weissmuller, seu compatriota que deixou as piscinas para conquistar o cinema no papel de Tarzan, repetiu o feito nas Olimpíadas seguintes -Paris-1924 e Amsterdã-1928.
Na década de 90, foi a vez de Alexander Popov colocar seu nome entre os maiores do evento. O "míssil russo" venceu em Barcelona-1992 e Atlanta-1996.
Ontem, Hoogenband entrou na final como azarão. Além de deter o melhor tempo das eliminatórias, o sul-africano Roland Schoeman vinha embalado pela conquista de um ouro inédito no revezamento 4 x 100 m livre.
Nada suficiente para barrar uma surpreendente reação do holandês. "Saí mal do bloco e percebi que precisaria me superar. Foi simplesmente incrível." Seu tempo de reação na saída, 0,79s, só foi melhor do que um rival da final.
Schoeman, que saiu do bloco 0,64s após a largada, levou a prata, com 48s23. Apesar de ter completado os 50 m iniciais na primeira posição e com uma parcial inferior ao recorde mundial, ele disse que o resultado o agradou. "Muita gente acha que perdi o ouro. Eu prefiro dizer que ganhei a prata."
O terceiro lugar no pódio foi para o australiano Ian Thorpe, que cravou 48s56. Antes dos 100 m livre, Hoogenband já havia ficado em segundo nos 200 m livre e no revezamento 4 x 100 m livre.
Natural da cidade de Maastricht, o nadador de 26 anos participou de um torneio no Brasil em 2002. Sua relação com o país, porém, vai além desses dez dias que passou no Rio. Seu pai é médico do PSV Eidhoven. Hoogenband herdou dele a paixão pelo futebol.
Na sua lista dos principais atletas da modalidade, há espaço para os brasileiros. "Sou admirador de Ronaldo e Vampeta, que já defenderam o time de meu pai", afirma o velocista holandês. (GR)

Texto Anterior: Déjà vu
Próximo Texto: Vôlei: Replay contra a Itália faz da seleção única invicta dos Jogos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.