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Hoogenband se supera nos 50 m finais
DO ENVIADO A ATENAS
Ele esperou até o último momento para explodir. Pieter van
den Hoogenband completou a
primeira metade da prova em
quinto lugar, reagiu nos metros finais e nem acreditou quando viu
o resultado no placar.
O tempo obtido no triunfo dos
100 m livre em Atenas, 48s17, é 33
centésimos pior que seu recorde
mundial, estabelecido há quatro
anos. Mesmo assim, não titubeou
ao eleger seu momento favorito.
"Com certeza, ganhar esse ouro
aqui na Grécia foi a melhor coisa
que aconteceu na minha vida. Eu
estava tão atrás na prova que nem
acreditei quando vi meu nome
em primeiro lugar. Desde Sydney
carrego essa pressão comigo nos
torneios. Hoje sou um bicampeão", afirmou o nadador.
Poucos na história da prova
mais nobre da natação podem dizer o mesmo. Duke Paoa Kahanamoku, dos EUA, foi o primeiro a
conseguir o feito, em Estocolmo-1912 e na Antuérpia-1920.
Johnny Weissmuller, seu compatriota que deixou as piscinas
para conquistar o cinema no papel de Tarzan, repetiu o feito nas
Olimpíadas seguintes -Paris-1924 e Amsterdã-1928.
Na década de 90, foi a vez de
Alexander Popov colocar seu nome entre os maiores do evento. O
"míssil russo" venceu em Barcelona-1992 e Atlanta-1996.
Ontem, Hoogenband entrou na
final como azarão. Além de deter
o melhor tempo das eliminatórias, o sul-africano Roland Schoeman vinha embalado pela conquista de um ouro inédito no revezamento 4 x 100 m livre.
Nada suficiente para barrar
uma surpreendente reação do holandês. "Saí mal do bloco e percebi que precisaria me superar. Foi
simplesmente incrível." Seu tempo de reação na saída, 0,79s, só foi
melhor do que um rival da final.
Schoeman, que saiu do bloco
0,64s após a largada, levou a prata,
com 48s23. Apesar de ter completado os 50 m iniciais na primeira
posição e com uma parcial inferior ao recorde mundial, ele disse
que o resultado o agradou. "Muita
gente acha que perdi o ouro. Eu
prefiro dizer que ganhei a prata."
O terceiro lugar no pódio foi para o australiano Ian Thorpe, que
cravou 48s56. Antes dos 100 m livre, Hoogenband já havia ficado
em segundo nos 200 m livre e no
revezamento 4 x 100 m livre.
Natural da cidade de Maastricht, o nadador de 26 anos participou de um torneio no Brasil em
2002. Sua relação com o país, porém, vai além desses dez dias que
passou no Rio. Seu pai é médico
do PSV Eidhoven. Hoogenband
herdou dele a paixão pelo futebol.
Na sua lista dos principais atletas da modalidade, há espaço para
os brasileiros. "Sou admirador de
Ronaldo e Vampeta, que já defenderam o time de meu pai", afirma
o velocista holandês.
(GR)
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