São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

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Com verba estatal, Brasil paraolímpico cresce mais

Resultados em Olimpíadas e Parapan são superiores aos das seleções olímpicas

Assim como o COB, entidade que comanda o esporte adaptado tem o dinheiro da Lei Piva como a sua principal fonte de financiamento

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil paraolímpico tem uma musculatura de vitórias maior que o Brasil olímpico.
No Parapan, os deficientes lideram o quadro de medalhas, enquanto os competidores do Pan terminaram em terceiro, bem longe dos Estados Unidos e até que perto de Cuba.
Esses dois países, aliás, não têm o mesmo sucesso com deficientes -estavam até ontem atrás do Canadá e disputando com o México a terceira posição no quadro de medalhas.
Mas a diferença maior acontece em termos mundiais.
Os paraolímpicos cresceram de 2 ouros e 21 medalhas em Atlanta-96 para, respectivamente, 14 e 33 em Atenas-04. Os olímpicos venceram 3 vezes e abocanharam 15 medalhas em 1996. Na Grécia, foram 2 ouros a mais, mas 3 medalhas a menos no total.
Tanto o COB quanto o comitê paraolímpico têm o dinheiro da Lei Piva, vindo das loterias, como principal fonte de receita. No primeiro caso, foram repassados R$ 333 milhões entre 2002 e 2006. Para os deficientes, R$ 59 milhões.
O repasse ano a ano para cada entidade é proporcional, porque esses valores estão estipulados por lei. Relatório do Tribunal de Contas da União nas contas do CPB apontou irregularidades. Mas o presidente da entidade, Vital Severino Neto, não deixou o cargo.
O esporte para deficientes atrai cada vez mais gente porque também passou a pagar prêmios e ter patrocinadores.
Desde 2005 a Caixa Econômica Federal banca um circuito de competições de modalidades adaptadas.
Só em 2007 serão gastos R$ 4,9 milhões com elas, um crescimento de 25% em relação ao ano passado. Cada etapa do circuito chega a ter 400 competidores e paga prêmios de R$ 1.000 para vários deles.
O nadador Clodoaldo Silva tem dois patrocinadores pessoais, que aparecem com destaque em seu site.
O prestígio do multimedalhista, aliás, faz com que seu clube, a Sadef-RN (Sociedade Amigos do Deficiente Físico do Rio Grande do Norte) tenha o patrocínio da Petrobras.
A agremiação potiguar é a que tem mais atletas no Parapan -são 19 no total, em várias modalidades.
Até sexta-feira, eles somavam 19 medalhas, que seriam suficientes para colocar a agremiação no sexto lugar no quadro de medalhas, à frente de países como Argentina, Colômbia e Venezuela. (PAULO COBOS)


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