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Com verba estatal, Brasil paraolímpico cresce mais
Resultados em Olimpíadas e Parapan são superiores aos das seleções olímpicas
Assim como o COB, entidade que comanda o esporte adaptado tem o dinheiro da Lei Piva como a sua principal fonte de financiamento
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil paraolímpico tem
uma musculatura de vitórias
maior que o Brasil olímpico.
No Parapan, os deficientes lideram o quadro de medalhas,
enquanto os competidores do
Pan terminaram em terceiro,
bem longe dos Estados Unidos
e até que perto de Cuba.
Esses dois países, aliás, não
têm o mesmo sucesso com deficientes -estavam até ontem
atrás do Canadá e disputando
com o México a terceira posição no quadro de medalhas.
Mas a diferença maior acontece em termos mundiais.
Os paraolímpicos cresceram
de 2 ouros e 21 medalhas em
Atlanta-96 para, respectivamente, 14 e 33 em Atenas-04.
Os olímpicos venceram 3 vezes
e abocanharam 15 medalhas
em 1996. Na Grécia, foram 2
ouros a mais, mas 3 medalhas a
menos no total.
Tanto o COB quanto o comitê paraolímpico têm o dinheiro
da Lei Piva, vindo das loterias,
como principal fonte de receita. No primeiro caso, foram repassados R$ 333 milhões entre
2002 e 2006. Para os deficientes, R$ 59 milhões.
O repasse ano a ano para cada
entidade é proporcional, porque esses valores estão estipulados por lei. Relatório do Tribunal de Contas da União nas
contas do CPB apontou irregularidades. Mas o presidente da
entidade, Vital Severino Neto,
não deixou o cargo.
O esporte para deficientes
atrai cada vez mais gente porque também passou a pagar
prêmios e ter patrocinadores.
Desde 2005 a Caixa Econômica Federal banca um circuito
de competições de modalidades adaptadas.
Só em 2007 serão gastos R$
4,9 milhões com elas, um crescimento de 25% em relação ao
ano passado. Cada etapa do circuito chega a ter 400 competidores e paga prêmios de R$
1.000 para vários deles.
O nadador Clodoaldo Silva
tem dois patrocinadores pessoais, que aparecem com destaque em seu site.
O prestígio do multimedalhista, aliás, faz com que seu
clube, a Sadef-RN (Sociedade
Amigos do Deficiente Físico do
Rio Grande do Norte) tenha o
patrocínio da Petrobras.
A agremiação potiguar é a
que tem mais atletas no Parapan -são 19 no total, em várias
modalidades.
Até sexta-feira, eles somavam 19 medalhas, que seriam
suficientes para colocar a agremiação no sexto lugar no quadro de medalhas, à frente de
países como Argentina, Colômbia e Venezuela.
(PAULO COBOS)
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