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Com alicate e chave de fenda, mecânico se torna "preparador físico" no Rio
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Com chave de fenda e alicate, Leynilson Medeiros
participa do Parapan. Mecânico, cuida dos equipamentos do time feminino de basquete em cadeira de rodas.
Apesar de o cargo existir
apenas nas comissões técnicas deste esporte, há profissionais para reparo de próteses e de cadeiras em todos os
estádios e na Vila do Pan.
No basquete, o trabalho
tem que ser imediato. É Medeiros o responsável por trocar, em poucos minutos,
uma câmara de ar furada, desempenar um aro ou apertar
um parafuso de uma roda
prestes a se soltar. O trabalho não é simples após o jogo.
Para melhorar o desempenho das atletas, ele empenhou-se nos últimos dias em
transferir o centro de gravidade das cadeiras mais para
frente, para fazê-las deslizar
com mais facilidade.
"Com as cadeiras que as
americanas têm, elas flutuam em quadro, enquanto a
gente faz força para jogar",
disse o mecânico.
As cadeiras das brasileiras
são de alumínio aeronáutico
e custam cerca de R$ 1.800.
As dos EUA, de fibra de carbono, valem R$ 6.000.
"Ele é quase um preparador físico. É como se as cadeiras fossem as nossas pernas", comenta a jogadora
Dilma Fernandes.
Medeiros, guarda municipal do Pará, faz o reparo das
cadeiras há 12 anos. Para entender do assunto até já jogou como as atletas.
Na Vila, o centro de reparo
de cadeiras e próteses teve
50 atendimentos por dia.
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