São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BOXE

Bronze único incentiva dupla a pôr fim a jejum

Dois brasileiros buscam medalha que o país ganhou só uma vez

BRASIL
Washinton Silva e Paulo Carvalho lutam por pódio, a partir das 8h46


DO ENVIADO A PEQUIM

O meio-pesado (limite de até 81 kg) Washington Silva e o mosca-ligeiro (até 48 kg) Paulo Carvalho podem hoje derrubar um tabu que já dura 40 anos. A primeira e única medalha do Brasil no boxe olímpico saiu com o peso-mosca Servílio de Oliveira, no México, em 1968.
Silva, que foi pai de um menino, Richard, quando já estava em Pequim, pouco antes do início da Olimpíada, enfrenta o irlandês Kenny Egan, canhoto.
Silva já faz planos para a eventualidade de conquistar uma medalha em Pequim. Afirma que uma forma de festejar será tirar foto com sua medalha junto a Servílio de Oliveira.
""Uma vez já conversei sobre isso com ele [Servílio], pode perguntar. Acho que é uma homenagem justa [se ganhar uma medalha] quando retornar ao Brasil", argumenta Silva.
Com o joelho contundido, além de seu treino de rotina Silva tem feito trabalho de compensação muscular com o auxílio de um elástico usado pelos fisioterapeutas.
""Ele vai jogar bem fechadinho, e o bom é que não tem problemas fara fazer movimentos laterais. Só para frente e para trás. Ou seja, dá para prender o adversário nas cordas", explica Luis Carlos Dórea, um dos técnicos da seleção brasileira. Para ir às quartas-de-final, Silva bateu Bastie Samir, de Gana, e Azea Augustama, do Haiti.
""É do meu filho que tiro motivação para fazer diversas coisas", explica Silva. ""É por isso que supero essa contusão que tenho no joelho. Se fosse um outro nem estaria aqui, acho."
O melhor resultado de Silva na carreira foi um quinto lugar no Mundial de 2005, na China. Seu combate tem previsão para acontecer a partir das 10h16.
Já Carvalho terá pela frente o cubano Yamper Hernandez. A previsão é que o duelo do brasileiro ocorra a partir das 8h46.
""Vamos agora em busca dessa medalha. Sei da importância dela para o boxe e para o esporte brasileiro em geral", diz Carvalho, que afirma conhecer muito bem o adversário. Afinal, derrotou o cubano no ano passado na Copa Independência, na República Dominicana.
""O Paulo é bastante agressivo, e o cubano é mais técnico. É quase como se um fosse o oposto do outro", explica Dórea. ""Não vamos mudar nada no estilo de Paulo. Mesmo porque se complica quando tenta boxear caminhando para trás", diz.
Trata-se da terceira luta de ambos nos Jogos de Pequim.
Servílio ganhou seu bronze batendo dois rivais: o turco Yngin Aidgard e o ganês Joe Destimo. (EDUARDO OHATA)


Texto Anterior: Dueto fica em 12º na estréia no nado sincronizado
Próximo Texto: Entrevista: "Não torço contra", afirma Servílio, o 1º
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.