São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2008

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HIPISMO

Rodrigo Pessoa se dá ao luxo de errar em classificatório

Para deixar Rufus preparado para a final, cavaleiro comete uma falta estratégica no último obstáculo

Sem a pressão da disputa de medalhas por equipes, campeão olímpico usa 3º dia do concurso de saltos como preparatório para decisão


LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG

O campeão olímpico Rodrigo Pessoa usou a última prova qualificatória de ontem em Hong Kong como um treino.
Ele passou com facilidade para a disputa final e se deu ao luxo até de cometer uma falta no último obstáculo, para que seu cavalo, Rufus, entre alerta no evento que vale medalha, na próxima quinta-feira.
Com o Brasil eliminado da disputa por equipes, Pessoa não precisou forçar ontem. O desempenho que teve nos dois dias iniciais praticamente o colocou na final individual.
"O zero de ontem [anteontem] permitiu montar mais tranqüilo esta prova e usá-la um pouco como treino", falou ele. "Acho que o cavalo saltou hoje [ontem] sem se desgastar, e isso faz parte da estratégia. Zera tudo agora, e é importante ele ter competido sem pressão para ter mais tempo de se recuperar", completou Pessoa.
Após três dias de provas, ele encerrou a fase eliminatória na sétima posição, com 7 pontos perdido. Ontem, diferentemente do que fizeram seus concorrentes dos EUA, Canadá, Alemanha e outros seis países -que concorriam no evento por equipes-, o brasileiro poupou Rufus. Ele acha que poderá tirar proveito dessa situação na prova em que tentará o bi.
Indagado se teria vantagem sobre os oponentes que disputaram medalhas ontem, Pessoa disse: "Acho que sim. O resultado da prova para eles é importante. Têm que pedir o esforço dos cavalos, porque vão para medalha. Com certeza, puxaram os cavalos mais que eu".
No caso das montarias norte-americanas e canadenses -que disputaram um desempate contra o relógio pela medalha de ouro, que ficou para com os EUA-, a exigência foi maior.
Na avaliação de Pessoa, o percurso de ontem, com obstáculos de 1,60 m de altura e até 1,80 m de largura, indica que os próximos serão mais duros.
Ele diz que Rufus tem margem técnica para suportar uma maior dificuldade. Ontem, no último obstáculo, quis motivar o animal para isso.
Logo após a passagem do conjunto, André Beck, agente de Pessoa, afirmou que a falta tinha sido planejada. Mais tarde, o cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Netto, o Doda, ratificou a informação.
"O Rodrigo tinha me dito: "Doda, se ele vier com zero, não vou ajudar muito no último [obstáculo], para ver se ele toca ali e eu já faço minha falta hoje para não fazer depois"."
Indagado sobre qual a vantagem dessa medida, Doda explicou: "A estratégia é a seguinte: com a qualidade que esse cavalo [Rufus] tem, ele sabe que precisa de mais atenção no próximo percurso".


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