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FUTEBOL
Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte podem pela 1ª vez ficar fora das 4 primeiras posições de um Nacional
Brasileiro-04 bota de lado o eixo da bola
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Belo Horizonte, Porto Alegre,
Rio de Janeiro e São Paulo. Nessas
quatro cidades estão concentrados 79% dos títulos brasileiros e
76% dos times que ficaram entre
os quatro mais bem colocados
dos Nacionais jogados até hoje.
Mas, em 2004, o eixo histórico
de poder do futebol brasileiro expõe como nunca sua decadência.
Depois das 30 rodadas iniciais, o
Nacional não tinha nenhum time
dessas cidades nas quatro primeiras posições, ou justamente aquelas que garantem vaga para a Libertadores na próxima temporada, que já tem o Santo André,
campeão da Copa do Brasil.
Nunca até hoje um Brasileiro
terminou sem um clube paulistano, carioca, belo-horizontino ou
porto-alegrense entre os top 4.
Se o cenário atual persistir até o
final do campeonato, ficará sacramentada no século 21 a vantagem
dos municípios emergentes da
bola no torneio da elite do país.
Contra os 79% das taças disputadas até hoje, o quarteto de municípios mais vitoriosos do Brasil
terá apenas 25% a partir de 2001.
Os 76% dos postos entre os quatro primeiros ao longo da história,
mantida a classificação atual, serão apenas 44% no século 21.
E quem puxa novamente a fila
agora são os clubes que acabaram
com o domínio de paulistanos,
cariocas, belo-horizontinos e porto-alegrenses nos últimos anos.
Campeão em 2002 e vice no ano
passado, o Santos lidera o Brasileiro-04. Dono da taça em 2001, o
Atlético-PR é o vice-líder. "Tornamo-nos um referencial, somos
citados como exemplos, como
administração eficaz", gaba-se
Mário Celso Petraglia, presidente
do clube paranaense.
Vice-campeão em 2001 e quarto
colocado em 2003, o São Caetano
começou a 31ª rodada no quarto
posto, deixando para trás os vizinhos Corinthians, Palmeiras e São
Paulo. A cidade do ABC tem menos de 150 mil habitantes, contra
os 10 milhões da capital paulista.
No Rio Grande do Sul um clube
do interior também faz os rivais
da capital comerem poeira.
Enquanto o Juventude briga por
um lugar na Libertadores da
América-era o sexto até ontem-, o Internacional está em
posição intermediária, e o Grêmio
amarga a zona de rebaixamento.
Nunca até hoje o time de Caxias
do Sul conseguiu chegar na frente
dos dois rivais de Porto Alegre em
um Campeonato Brasileiro.
Mas é no Rio de Janeiro que está
o elo mais fraco do quarteto de cidades que costumava dar as cartas no Nacional.
O Botafogo é o único clube que
nunca saiu da zona de rebaixamento. O Flamengo começou a
rodada só uma posição acima do
grupo que estaria condenado hoje
à segunda divisão. Nos seus últimos dez jogos, o Vasco perdeu
seis. Só o Fluminense está na disputa pelas primeiras posições entre os cariocas, mas nenhum clube do Rio liderou o campeonato,
situação que já foi vivida por dois
times de Santa Catarina.
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