São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte podem pela 1ª vez ficar fora das 4 primeiras posições de um Nacional

Brasileiro-04 bota de lado o eixo da bola

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Nessas quatro cidades estão concentrados 79% dos títulos brasileiros e 76% dos times que ficaram entre os quatro mais bem colocados dos Nacionais jogados até hoje.
Mas, em 2004, o eixo histórico de poder do futebol brasileiro expõe como nunca sua decadência.
Depois das 30 rodadas iniciais, o Nacional não tinha nenhum time dessas cidades nas quatro primeiras posições, ou justamente aquelas que garantem vaga para a Libertadores na próxima temporada, que já tem o Santo André, campeão da Copa do Brasil.
Nunca até hoje um Brasileiro terminou sem um clube paulistano, carioca, belo-horizontino ou porto-alegrense entre os top 4.
Se o cenário atual persistir até o final do campeonato, ficará sacramentada no século 21 a vantagem dos municípios emergentes da bola no torneio da elite do país.
Contra os 79% das taças disputadas até hoje, o quarteto de municípios mais vitoriosos do Brasil terá apenas 25% a partir de 2001.
Os 76% dos postos entre os quatro primeiros ao longo da história, mantida a classificação atual, serão apenas 44% no século 21.
E quem puxa novamente a fila agora são os clubes que acabaram com o domínio de paulistanos, cariocas, belo-horizontinos e porto-alegrenses nos últimos anos.
Campeão em 2002 e vice no ano passado, o Santos lidera o Brasileiro-04. Dono da taça em 2001, o Atlético-PR é o vice-líder. "Tornamo-nos um referencial, somos citados como exemplos, como administração eficaz", gaba-se Mário Celso Petraglia, presidente do clube paranaense.
Vice-campeão em 2001 e quarto colocado em 2003, o São Caetano começou a 31ª rodada no quarto posto, deixando para trás os vizinhos Corinthians, Palmeiras e São Paulo. A cidade do ABC tem menos de 150 mil habitantes, contra os 10 milhões da capital paulista.
No Rio Grande do Sul um clube do interior também faz os rivais da capital comerem poeira.
Enquanto o Juventude briga por um lugar na Libertadores da América-era o sexto até ontem-, o Internacional está em posição intermediária, e o Grêmio amarga a zona de rebaixamento.
Nunca até hoje o time de Caxias do Sul conseguiu chegar na frente dos dois rivais de Porto Alegre em um Campeonato Brasileiro.
Mas é no Rio de Janeiro que está o elo mais fraco do quarteto de cidades que costumava dar as cartas no Nacional.
O Botafogo é o único clube que nunca saiu da zona de rebaixamento. O Flamengo começou a rodada só uma posição acima do grupo que estaria condenado hoje à segunda divisão. Nos seus últimos dez jogos, o Vasco perdeu seis. Só o Fluminense está na disputa pelas primeiras posições entre os cariocas, mas nenhum clube do Rio liderou o campeonato, situação que já foi vivida por dois times de Santa Catarina.


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