São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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Maior paraolímpica do país testa tática de Chocolate

DO ENVIADO A ATENAS

Ao estrear hoje nos 100 m em sua quinta Paraolímpiada, a corredora cega Adria Santos, 30, encerra uma parceria vitoriosa. Nos dois últimos Jogos, quando ganhou seis medalhas e se consolidou como a maior atleta paraolímpica do Brasil, com nove pódios, seu guia foi Gerson Knittel.
Agora, Adria, que teve retinose pigmentar (uma doença degenerativa), terá ao seu lado Jorge Luís Silva de Souza, o Chocolate.
Será a primeira Paraolimpíada de Chocolate, 25, que conheceu a corredora em 1999 e pouco depois dos Jogos de 2000 se tornou guia exclusivo de Adria. "Sempre sonhei em poder representar meu país. É muito bom poder realizar meus sonhos como esportista ao lado da Adria", afirma Chocolate, que começou a praticar esporte como goleiro de uma escolinha de Padre Miguel, no Rio, em 1995.
A relação de Adria com Knittel era boa. Após a Paraolimpíada de Sydney, ao ser questionada se não era mais fácil competir com Chocolate, que treinava com ela no Rio, citou a experiência da parceria vitoriosa: "Eu e o Gerson competimos desde 94. Tenho tranqüilidade quando corremos juntos".
Na época, Adria morava no Rio, e Knittel, em Joinville. Antes da competição na Austrália, o guia passou três semanas treinando com a atleta em casa.
Aos 38 anos, Knittel é o guia mais experiente do Brasil.
Ele entrou no movimento paraolímpico em 1987, a convite de um técnico. Desde então, trabalhou com mais de 50 atletas.
Até 2000, foi praticamente o único guia da seleção brasileira.
Após o torneio de Sydney, porém, os corredores fizeram um pedido ao Comitê Paraolímpico Brasileiro para que pudessem competir com os guias com os quais treinassem. Teve início a parceira Adria/Chocolate.
Em 2001, eles conquistaram a medalha de ouro nos 200 m no Mundial da Iaaf. No ano seguinte, foram duas pratas (100 m e 200 m), desta vez na versão da IBSA (Associação Internacional de Esportes para Cegos), em Lille. Os triunfos em Mundiais continuaram no ano passado.
Em Québec, pela IBSA, Adria foi campeã nos 100 m e 200 m e vice nos 400 m. E, na versão da Iaaf, venceu os 200 m, em Paris. "É lógico que o Chocolate está um pouco ansioso. Afinal é a sua primeira Paraolimpíada. Eu já fui a quatro e ainda continuo ansiosa."
Hoje, Knittel é guia de Maria José Ferreira Alves, a Zezé, que foi ao pódio por duas vezes na Paraolimpíada de Atlanta-96.
Além disso, têm uma prata e três bronzes em provas de velocidade em Mundiais desde 2001.
Hoje começam também as provas de natação. O grande nome do Brasil na modalidade é Clodoaldo Silva, 25, que teve paralisia cerebral e detém o recorde mundial dos 100 m livre, prova em que estréia, e nos 50 m livre. (FI)


NA TV - Sportv 2, ao vivo, a partir das 8h


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