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Maior paraolímpica do país testa tática de Chocolate
DO ENVIADO A ATENAS
Ao estrear hoje nos 100 m em
sua quinta Paraolímpiada, a corredora cega Adria Santos, 30, encerra uma parceria vitoriosa. Nos
dois últimos Jogos, quando ganhou seis medalhas e se consolidou como a maior atleta paraolímpica do Brasil, com nove pódios, seu guia foi Gerson Knittel.
Agora, Adria, que teve retinose
pigmentar (uma doença degenerativa), terá ao seu lado Jorge Luís
Silva de Souza, o Chocolate.
Será a primeira Paraolimpíada
de Chocolate, 25, que conheceu a
corredora em 1999 e pouco depois
dos Jogos de 2000 se tornou guia
exclusivo de Adria. "Sempre sonhei em poder representar meu
país. É muito bom poder realizar
meus sonhos como esportista ao
lado da Adria", afirma Chocolate,
que começou a praticar esporte
como goleiro de uma escolinha de
Padre Miguel, no Rio, em 1995.
A relação de Adria com Knittel
era boa. Após a Paraolimpíada de
Sydney, ao ser questionada se não
era mais fácil competir com Chocolate, que treinava com ela no
Rio, citou a experiência da parceria vitoriosa: "Eu e o Gerson competimos desde 94. Tenho tranqüilidade quando corremos juntos".
Na época, Adria morava no Rio,
e Knittel, em Joinville. Antes da
competição na Austrália, o guia
passou três semanas treinando
com a atleta em casa.
Aos 38 anos, Knittel é o guia
mais experiente do Brasil.
Ele entrou no movimento paraolímpico em 1987, a convite de
um técnico. Desde então, trabalhou com mais de 50 atletas.
Até 2000, foi praticamente o
único guia da seleção brasileira.
Após o torneio de Sydney, porém, os corredores fizeram um
pedido ao Comitê Paraolímpico
Brasileiro para que pudessem
competir com os guias com os
quais treinassem. Teve início a
parceira Adria/Chocolate.
Em 2001, eles conquistaram a
medalha de ouro nos 200 m no
Mundial da Iaaf. No ano seguinte,
foram duas pratas (100 m e 200
m), desta vez na versão da IBSA
(Associação Internacional de Esportes para Cegos), em Lille. Os
triunfos em Mundiais continuaram no ano passado.
Em Québec, pela IBSA, Adria
foi campeã nos 100 m e 200 m e vice nos 400 m. E, na versão da Iaaf,
venceu os 200 m, em Paris. "É lógico que o Chocolate está um
pouco ansioso. Afinal é a sua primeira Paraolimpíada. Eu já fui a
quatro e ainda continuo ansiosa."
Hoje, Knittel é guia de Maria José Ferreira Alves, a Zezé, que foi
ao pódio por duas vezes na Paraolimpíada de Atlanta-96.
Além disso, têm uma prata e
três bronzes em provas de velocidade em Mundiais desde 2001.
Hoje começam também as provas de natação. O grande nome do
Brasil na modalidade é Clodoaldo
Silva, 25, que teve paralisia cerebral e detém o recorde mundial
dos 100 m livre, prova em que estréia, e nos 50 m livre.
(FI)
NA TV - Sportv 2, ao vivo, a
partir das 8h
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