São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006 |
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SONINHA Felizes "para sempre"?
QUANDO AINDA era jogador do
Palmeiras, houve um breve
boato de que poderia ir para
o vizinho de CT. Magrão logo tranqüilizou os torcedores: "Não vou jogar em outro time grande de São
Paulo". Especialmente o Corinthians, diria em outra ocasião. "É
melhor ser amado por uma torcida
do que odiado por duas." O mundo
gira, a Lusitana roda, e o Magrão vai
jogar no Japão, bem longe de qualquer rival, depois de recusar outros
convites e passar anos no Palmeiras
(só saiu porque foi dispensado, período que coincidiu com a queda do
time para a Série B).
Talvez tenha discutido horas com a família e amigos. Querendo voltar ao Brasil e tendo essa chance, o que poderia fazer -o famoso leilão? "Recebi proposta do Corinthians, mas preferia jogar aí no Palmeiras. Quanto vocês me ofereceriam?" (Se é que já não tinha tentado antes a reaproximação, o que é provável). Mais cedo do que se podia imaginar, por mérito dele e alguma sorte, Magrão vai se tornando o neo-alvinegro mais querido. No clássico contra o São Paulo, mostrou a indefectível "raça". Em outras partidas, o oportunismo, talentos pouco conhecidos (volta e meia entorta três ou quatro, como em lance no meio-campo contra o Vasco) e eficiência em finalizações. O Palmeiras também já abraçou ex-jogadores muito identificados com rivais, como Viola (um caso extremo!) e Cafu e Müller, protagonistas de um dos mais espetaculares times alviverdes dos últimos anos (o campeão paulista de 96). Na época, era mais que compreensível que a torcida do São Paulo ficasse fula com eles -incompreensível seria se não desse a menor bola. Mas talvez, em algum momento secreto, os torcedores tenham sentido orgulho ao vê-los brilhando em jogada excelente, sabendo que jamais se livrariam da identificação original com o tricolor, mesmo perfeitamente integrados ao grupo alviverde. Enfim, como pessoas maduras (?), temos de aceitar que as coisas mudam, planos são desfeitos, convicções são abaladas, relações "eternas" se desfazem e, ó dor, novas relações felizes se constroem. Talvez Magrão seja tão feliz no novo casamento que até volte à seleção (no Corinthians, até prova em contrário, tem sido mais útil que Mascherano). Duvido que os palmeirenses não se orgulhassem dele por isso... Estando perfeitamente estável no novo emprego, Magrão, com sua independência e coragem características, poderia, quem sabe, aceitar novo desafio: desfilar pelas escolas de samba ligadas às duas torcidas, Mancha e Gaviões. Demonstrar que pode ser um profissional respeitado em um time, respeitar seu passado no outro e ter amigos dos dois lados, como qualquer pessoa pode ter. Já pensou? Deve ser mais fácil enfrentar jogadores botinudos, campos esburacados e juízes mal-intencionados, mas eu adoraria ver. soninha.folha@uol.com.br Texto Anterior: Santos: Time terá força total contra o Fluminense Próximo Texto: Na elite, Grêmio segue inacreditável Índice |
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