São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

entrevista

Mano diz que o título seria uma "façanha"

DA REPORTAGEM LOCAL

O Grêmio tem um craque: o técnico Mano Menezes, 44. Recordista em longevidade no mesmo time dentre os técnicos da elite, tem no currículo o título da Série B, mas já pensa na taça da Série A e na Libertadores.0 (RBU)

 

FOLHA - O Grêmio caminha para ser o campeão da Série B mais bem colocado na Série A seguinte. Como explica isso?
MANO MENEZES
- Primeiro, não acabou o campeonato. Temos que confirmar a boa campanha. Segundo, o Grêmio não pode ser considerado um time que disputou a Série B como outros. Tradição e grandeza fizeram com que ele transpusesse a Série B sem muito trauma e voltasse mais ou menos na forma das melhores campanhas.

FOLHA - O título da Série B foi inacreditável e virou filme. O da Série A seria inacreditável?
MANO
- Não estávamos pensando em título no início. Não vamos esconder. Não que no Grêmio não queremos ganhar campeonato sempre. Pensando na realidade, na remontagem de um time, entendíamos que muitos clubes estavam com trabalho à frente do nosso. Chegar ao título seria uma façanha, mas o que aconteceu no campeonato fez com que nosso time encorpasse. Nossa equipe praticamente não perdeu atleta porque não tinha jogador de expoente alto. Será uma façanha se conseguirmos [o título].

FOLHA - Como conseguir resultados com clube com sérios problemas financeiros e sem astros?
MANO
- Independentemente do momento do clube, salário em dia. O presidente vem cumprindo isso. Para pagar em dia, não podíamos fazer investimentos altos em contratações. Tivemos o cuidado de indicar atletas dentro da realidade. Podemos encontrar atletas que tenham o espírito do momento, que entendam que o futebol é cada vez mais coletivo. Às vezes, estrelas não gostam tanto de ouvir ou cumprir. O jogador médio tem um grau de profissionalismo alto. Precisa ser profissional ao extremo para ocupar lugar.

FOLHA - Você é muito elogiado. Já recebeu convites para sair?
MANO
- A questão de elogios é natural pelos resultados. Quando se tem uma equipe forte, individualidades vão sobressair, e o técnico está no contexto. Meu contrato é até dezembro. Não costumo adiantar as coisas em relação ao ano seguinte. Preciso encerrar o trabalho, e o encerramento é tão importante quanto o que se fez até aqui. Tentaremos fazer o melhor final de Brasileiro. Depois, pensamos para a frente.

FOLHA - Como avalia a briga pelo título? Quem está no páreo?
MANO
- Precisamos nos manter no grupo da frente. Ainda não está na reta final de título. Estamos decidindo quem vai chegar ao final com possibilidade de disputar o título nas últimas seis ou cinco rodadas. Pelo que vemos, disputamos com São Paulo, Inter, Santos e até o Vasco.

FOLHA - Você criticou Léo Lima por ser enfeitado. Pode explicar?
MANO
- A individualidade é importante para a qualificação do coletivo. O individualismo é prejudicial. É quando um se vê como centro do jogo. Gosto que o time jogue futebol. Tem de ser competitivo, mas há espaço para uns fazerem futebol agradável.


Texto Anterior: Na elite, Grêmio segue inacreditável
Próximo Texto: Libertadores, DVDs e a família de Ronaldinho esquentam Gre-Nal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.