São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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Dualib e Curi se reúnem para discutir renúncia

Presidente e vice afastados do Corinthians definem hoje como deixarão o clube

Decisão é tomada um dia após comissão definir que cartolas serão julgados pelo Conselho Deliberativo e podem sofrer impeachment

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após a comissão processante formada por conselheiros do Corinthians definir que Alberto Dualib e Nesi Curi devem ser submetidos a votação de impeachment, o presidente e o vice afastados do clube decidiram que farão reunião para discutir a possibilidade de renunciarem aos cargos.
O encontro, proposto por Dualib, ocorrerá nesta tarde. Segundo a Folha apurou, a dupla deve optar por deixar seus postos definitivamente.
Os dois não decidiram como vão anunciar a renúncia, mas uma das possibilidades é entregar cartas ao presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger, antes da reunião do órgão, que ainda não foi marcada.
A saída deles poderia evitar que os cartolas coloquem em risco a condição de conselheiros vitalícios e até mesmo de associados. Se sofrerem o impeachment, o conselho pode iniciar processo para cassar seus títulos de sócios, conforme o estatuto do clube.
Dualib e Curi têm consultado advogados sobre as conseqüências de uma renúncia e já haviam discutido o tema outras duas vezes. Chegaram até a perguntar se o fato de deixarem seus cargos poderia favorecê-los na defesa do processo na Justiça Federal em que são réus por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Segundo o advogado dos cartolas nesse caso, José Luiz Toloza Costa, não haveria qualquer benefício para os dois.
Na verdade, a divulgação das interceptações telefônicas da Operação Perestroika, da PF, que culminou no processo criminal, até acelerou os trabalhos para o pedido de impeachment de Dualib e Curi.
Os motivos para pedir a destituição dos dirigentes são: má gestão, suspeita de enriquecimento ilícito, processo na Justiça Federal, sonegação fiscal, liberação de atletas sem contrapartida para o clube e fraude na demissão de funcionários.
As denúncias constam de relatório da comissão que foi entregue aos dirigentes. Os membros do grupo consideraram os argumentos de defesa frágeis demais para sustentá-los em seus cargos. O presidente e o vice afastados se apoiaram basicamente em um único argumento, o de que o clube não pode julgá-los e condená-los antes de qualquer esfera judicial.
Em caso de renúncia de Dualib, a administração interina de Clodomil Orsi também é obrigada a sair. Isso significa que Orsi e Wilson Bento, outro vice eleito, perderiam seus postos.
Segundo o artigo 95 do estatuto corintiano, se o cargo de presidente ficar vago faltando mais de seis meses para o término do mandato (encerra-se em janeiro de 2009), novas eleições devem ser convocadas.
Orsi já disse que, se Dualib sair, ele deixará também o posto de presidente em exercício.
Durante a transição, o cargo seria ocupado pelo presidente do conselho. Membros da atual oposição, porém, acreditam que Orsi pode concorrer à presidência do clube ao menos para terminar o mandato de Dualib. Aliados dele, no entanto, descartam a possibilidade.
Ontem à noite, o Conselho de Orientação seguiu a decisão da comissão processante e sugeriu a votação do impeachment de Dualib e Curi. O Conselho Deliberativo deve marcar reunião em até 48 horas.


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