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Dualib e Curi se reúnem para discutir renúncia
Presidente e vice afastados do Corinthians definem hoje como deixarão o clube
Decisão é tomada um dia
após comissão definir que
cartolas serão julgados pelo
Conselho Deliberativo e
podem sofrer impeachment
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após a comissão processante formada por conselheiros do Corinthians definir
que Alberto Dualib e Nesi Curi
devem ser submetidos a votação de impeachment, o presidente e o vice afastados do clube decidiram que farão reunião
para discutir a possibilidade de
renunciarem aos cargos.
O encontro, proposto por
Dualib, ocorrerá nesta tarde.
Segundo a Folha apurou, a dupla deve optar por deixar seus
postos definitivamente.
Os dois não decidiram como
vão anunciar a renúncia, mas
uma das possibilidades é entregar cartas ao presidente do
Conselho Deliberativo, Carlos
Senger, antes da reunião do órgão, que ainda não foi marcada.
A saída deles poderia evitar
que os cartolas coloquem em
risco a condição de conselheiros vitalícios e até mesmo de
associados. Se sofrerem o impeachment, o conselho pode
iniciar processo para cassar
seus títulos de sócios, conforme o estatuto do clube.
Dualib e Curi têm consultado advogados sobre as conseqüências de uma renúncia e já
haviam discutido o tema outras
duas vezes. Chegaram até a
perguntar se o fato de deixarem seus cargos poderia favorecê-los na defesa do processo
na Justiça Federal em que são
réus por lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha.
Segundo o advogado dos cartolas nesse caso, José Luiz Toloza Costa, não haveria qualquer benefício para os dois.
Na verdade, a divulgação das
interceptações telefônicas da
Operação Perestroika, da PF,
que culminou no processo criminal, até acelerou os trabalhos para o pedido de impeachment de Dualib e Curi.
Os motivos para pedir a destituição dos dirigentes são: má
gestão, suspeita de enriquecimento ilícito, processo na Justiça Federal, sonegação fiscal,
liberação de atletas sem contrapartida para o clube e fraude
na demissão de funcionários.
As denúncias constam de relatório da comissão que foi entregue aos dirigentes. Os membros do grupo consideraram os
argumentos de defesa frágeis
demais para sustentá-los em
seus cargos. O presidente e o
vice afastados se apoiaram basicamente em um único argumento, o de que o clube não pode julgá-los e condená-los antes de qualquer esfera judicial.
Em caso de renúncia de Dualib, a administração interina de
Clodomil Orsi também é obrigada a sair. Isso significa que
Orsi e Wilson Bento, outro vice
eleito, perderiam seus postos.
Segundo o artigo 95 do estatuto corintiano, se o cargo de
presidente ficar vago faltando
mais de seis meses para o término do mandato (encerra-se
em janeiro de 2009), novas
eleições devem ser convocadas.
Orsi já disse que, se Dualib
sair, ele deixará também o posto de presidente em exercício.
Durante a transição, o cargo
seria ocupado pelo presidente
do conselho. Membros da atual
oposição, porém, acreditam
que Orsi pode concorrer à presidência do clube ao menos para terminar o mandato de Dualib. Aliados dele, no entanto,
descartam a possibilidade.
Ontem à noite, o Conselho
de Orientação seguiu a decisão
da comissão processante e sugeriu a votação do impeachment de Dualib e Curi. O Conselho Deliberativo deve marcar
reunião em até 48 horas.
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