São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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RÉGIS ANDAKU

Corneta


Desencontros e dúvidas para o confronto com a Áustria na repescagem da Davis deixam somente uma opção: rezar


O QUE JÁ era difícil ficou ainda mais. Se antes, com Flávio Saretta e Ricardo Mello nas simples e André Sá e Marcelo Melo nas duplas, era arriscado acreditar que o Brasil voltaria ao Grupo Mundial batendo a Áustria, agora, sem Saretta e Melo, é quase impossível.
Saretta, à parte o temperamento, era o número um, talento, respeitado. Ficou fora por lesão -uma pena, apesar de dizerem que o problema não é bem esse. Melo, estreante, trazia um histórico de sucesso na dupla com Sá. Desistiu por supostos "problemas pessoais" -supostamente não tão pessoais assim.
À primeira vista, Mello e Marcos Daniel, chamado às pressas, jogarão as simples, com Gustavo Kuerten ao lado de Sá na dupla. De fora, Thomas Belucci reserva. Será que o capitão Francisco Costa vai assim?
Unanimidade, por enquanto, apenas Mello nas simples e Sá na dupla. Faz sentido. Mas aí entra o mistério das desistências. E isso só atrapalha.
O que faria um tenista desistir de sua primeira Copa Davis, como titular, no melhor momento de sua carreira, podendo garantir um ponto essencial para seu país voltar à elite?
E Saretta: seria mais um caso de briga, boicote, negociação e negociatas envolvendo tenistas descontentes, dirigentes desgastados e empresários gananciosos? Ninguém confirma, e todo mundo comenta.
Assim, enquanto o tênis caminha a passos cada vez mais largos para o abismo, sem estabilidade ou credibilidade, por que não radicalizar?
Será que Kuerten, tantas vezes herói, ainda precisa provar algo? Precisa fazer parte da dupla do time? Generoso, como sempre se colocou, não poderia ser apenas o apoio psicológico e motivacional dos colegas? Ou precisa me$$$mo entrar em quadra, como se sua participação fosse um atrativo da organização?
Precisamos ter Sá ou Daniel, pretensamente experientes, em simples? Em meio a bagunça, falta de confiança e confiabilidade, por que não dar o gosto ao jovem Belucci, desconhecido de nós e dos rivais?
Se essas perguntas fossem respondidas à luz dos interesses só do tênis nacional, poderiam fazer sentido. Como se vê, porém, que outros interesses norteiam até nossa equipe na Davis, melhor calar -e rezar.

EM BALI
Lindsay Davenport, aposentada, mamãe há três meses apenas, número 234 do mundo hoje, voltou e conquistou o Torneio de Bali no domingo. Bateu, entre outras, Jelena Jankovic e Daniela Hantuchova. Vem mais por aí.

PELO BRASIL
Franco Ferreiro ficou com o troféu de campeão do Future de Mogi das Cruzes (SP). Em Santo André (SP), no feminino, a campeã foi a boliviana Maria Alvarez. Nesta semana, o Itamirim Clube de Campo, em Itajaí, Santa Catarina, recebe o Future feminino, e o Clube Sorocaba, em Sorocaba, no interior paulista, abriga o masculino.

reandaku@uol.com.br


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