São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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Novo troféu pode sair de circulação neste ano

DA REPORTAGEM LOCAL

"O troféu representativo do Campeonato, instituído em 1993, denomina-se Campeão do Brasil, cuja posse definitiva será assegurada à associação que o houver conquistado por três vezes, consecutivas ou alternadas."
Eis o artigo 5º do capítulo 2 do regulamento do Campeonato Brasileiro deste ano. Corinthians, Palmeiras e Vasco podem, portanto, garantir neste ano a posse eterna da atual taça do Nacional, uma peça de metal mais alta e esguia que o "troféu das bolinhas".
Os corintianos, que estão na zona de classificação, e os palmeirenses, que figuram na zona de rebaixamento, venceram o Brasileiro duas vezes desde que a nova taça foi instituída. Os vascaínos, que também lutam contra o rebaixamento, ganharam o Brasileiro de 1997 e a João Havelange em 2000.
Apesar de a Copa JH ter sido organizada pelos clubes, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, admitiu reconhecê-la como Nacional. Eurico Miranda, presidente vascaíno, garante que o título não pode ser contestado. "O Vasco foi proclamado campeão nacional. Vamos buscar a taça", disse.
Se vencesse o Brasileiro deste ano, o Vasco poderia pleitear a posse definitiva não só da taça deste ano mas também do troféu original do Brasileiro -assim como o Palmeiras. Além de Corinthians, Palmeiras e Vasco, Botafogo, Grêmio e Atlético-PR venceram o Nacional e ergueram a nova taça -eles precisariam ainda de mais duas conquistas para ficar em definitivo com o troféu.
Pela tabela do Brasileiro, que mostra Palmeiras e Vasco longe das primeiras posições, e pela "maldição da Copa do Brasil" -jamais um time campeão do torneio venceu no mesmo ano o Brasileiro-, as chances de que o novo troféu da CBF continue circulando pelo Brasil é grande.
Em todo o caso, a possibilidade de ficar com um troféu definitivamente anima os postulantes.
"Nós traçamos uma meta após ganharmos a Copa do Brasil, que era ganhar o Brasileiro, e não o deixar em segundo plano, como fizeram alguns times que já estavam na Libertadores. Com essa questão da taça então, temos mais um grande motivo para ganhar o Brasileiro", disse Antonio Roque Citadini, vice de futebol do clube.
O dirigente acha que o destino da taça original é incerto, mas admite no futuro lutar por ela. "A questão da outra taça é mais complexa. Os clubes reconheceram o Flamengo campeão, mas a CBF, não. Não sei se a Justiça resolverá isso, mas no futuro nós compramos outra briga." O Corinthians precisaria vencer mais dois Brasileiros para pleitear esse troféu.
Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras, usará a taça para dar mais ânimo a seu grupo. "Lamento a situação em que estamos na tabela, mas temos um grande elenco. Vou passar para eles [jogadores e comissão técnica] que podemos ganhar em definitivo a taça. Isso vai motivar o grupo."
Se a nova taça for entregue a um clube, a CBF terá que criar outro troféu para 2003. (RBU E LR)


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