UOL


São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OLIMPÍADA

Para fazer a distribuição de recursos da Lei Piva, COB fez uso de um critério diferente para cada confederação

Sistema elástico definiu divisão de verba

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para 28 confederações, 28 critérios. Apesar de o departamento técnico do Comitê Olímpico Brasileiro ter adotado oito normas para a nova divisão de verbas da Lei Piva, anunciada na quinta-feira, o peso delas foi diferente para cada uma das entidades.
""Não havia um peso definido para cada critério. Cada confederação foi avaliada de uma forma diferente", diz Yong Min Kim, presidente da de taekwondo. ""No nosso caso, a redução [da verba de 1,0%, equivalente a R$ 408 mil, para 0,75% do total] foi justa. Pesou que não fizemos um bom trabalho de administração, ficamos acomodados [com o dinheiro das loterias] e não tínhamos cobrado [a anuidade] de nossos filiados [8.300 no total]. O COB acertou."
Eric Maleson, presidente da Confederação de Desportos no Gelo, diz que, em seu caso, o que pesou foi o trabalho de divulgação do esporte no Brasil. ""A Olimpíada de Inverno será só em 2006, mas o COB viu que temos feito muita coisa com a porcentagem [0,5%] que recebemos e decidiu mantê-la para 2004. Desenvolvemos o bobsled [trenó no gelo] feminino e temos procurado novos praticantes no Brasil."
Já para a canoagem, beneficiada com mais recursos, o presidente João Tomasini acha que pesaram a participação no Pan de Santo Domingo e a acirrada disputa pelas vagas para Atenas. ""Estamos investindo o máximo para irmos fortes à Olimpíada."
Segundo o COB, foram levados em conta na avaliação a classificação e as chances de cada modalidade em Atenas-2004, o desempenho no Pan-2003, o desenvolvimento da entidade nos últimos dois anos, os recursos humanos de cada uma, o número de federações filiadas, de praticantes do esporte e a aquisição de material para seu desenvolvimento.
À Folha, Carlos Arthur Nuzman justificou as decisões tidas como mais polêmicas. Uma delas foi a manutenção da porcentagem para o basquete, que não classificou a equipe masculina para a Olimpíada na Grécia.
O presidente do COB elogiou ""o trabalho de renovação que vem sendo feito na seleção masculina" e disse que, mesmo sem a vaga em Atenas, ela ""mostrou qualidades e foi campeã sul-americana e bi pan-americana em 2003".
Sobre o judô, que ganhou mais verbas mesmo tendo declarado irregularmente os R$ 937.960,19 recebidos no ano passado, disse que ""a CBJ já reconheceu o problema e se comprometeu a corrigi-lo no próximo balanço".
No caso da natação, que, apesar do ótimo desempenho no Pan, foi um fiasco no Mundial e tem poucas chances de medalhas em Atenas, confirmou que ela continuará a receber o valor máximo em 2004 -4% (R$ 1,632 milhão).
""A equipe não estava no ápice no Mundial, já que o foco da CBDA era o Pan", comentou o dirigente, que não concorda com a tese de que os desportos aquáticos têm poucas chances nos Jogos.
O vôlei, criticado pelo COB pelo descaso da dupla de praia Adriana Behar/Shelda com o Pan, também foi poupado e continuará a receber o teto máximo. ""Isso [as críticas] nada tem a ver com o percentual que a CBV recebe."
Finalmente, no caso do tênis de mesa, que ganhou maior fatia, um dos critérios usados foi o da popularidade. ""O tênis de mesa obteve em 2002 um crescimento no número de praticantes bem maior do que o do boxe [que não terá aumento nos recursos]." E, além disso, teve atuação bem avaliada no Pan dominicano.



Texto Anterior: Futebol: Com Kaká e sem Rivaldo, Milan recebe hoje a Lazio
Próximo Texto: COB já admite mudar o bolo de novo em abril
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.