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Por custos, FIA quer ressuscitar antiga F2
Categoria serviu de escola para Fittipaldi e Mansell
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
Enquanto a F-1 discute formas de cortar custos para se
manter um esporte viável não
só para as grandes marcas, uma
"nova" categoria começa a sair
do papel tendo como principal
atrativo justamente o preço.
Em Xangai, onde nesta madrugada aconteceria o GP da
China, penúltima etapa do
Mundial de F-1 e que poderia
coroar Lewis Hamilton campeão, foi anunciado que a partir
de 2010 os motores deverão ser
padronizados.
Uma medida que gerou críticas, mas cujo principal objetivo
é diminuir os custos para as
equipes, já que os motores são
sua principal fonte de gastos.
Às voltas com a crise econômica mundial, categorias escola como GP2, F-3 e F-Renault
européia ficaram caras, especialmente para pilotos de países em desenvolvimento.
Foi justamente por isso que a
FIA resolveu resgatar, após 25
anos, a F-2 para 2009. Categoria que já foi escola para pilotos
como Emerson Fittipaldi, James Hunt, Nigel Mansell e Keke Rosberg, entre outros, que
depois vingariam na F-1, seu
processo de seleção para a reestréia inclusive já foi aberto.
"Nosso principal objetivo é
reduzir os custos para pilotos
jovens que têm objetivo de chegar à F-1", disse Jonathan Palmer, campeão da F-2 em 1983,
um ano antes de sua extinção, e
agora responsável por ela.
Como comparação, a temporada completa na categoria
-com 16 provas em oito finais
de semana na Europa- custará
cerca de 245 mil (R$ 720
mil). Na F-3, o valor sobe para
650 mil por ano. Na F-Renault européia, para 800 mil.
Já na GP2, que levou Lewis
Hamilton, Nelsinho Piquet e
Nico Rosberg, entre outros, à
F-1, o custo é mais elevado. Estima-se que um ano num bom
time custe 1,5 milhão.
Assim como ocorre nas categorias inferiores, os carros da
F-2 serão todos feitos pela MotorSport Vision. Os motores
serão turbo, de 1,8 litro e 20
válvulas, da Audi, com base nos
usados na F-Palmer Audi. Mas,
ao contrário da categoria, que
usa peças de carros de passeio,
os da F-2 serão produzidos exclusivamente para corrida.
A performance deve ficar entre as de um F-1 e de um F-3.
Em termos de tempo de volta,
deverão ficar próximos dos da
F-Renault. Os chassis serão desenvolvidos pela Williams.
A equipe, inclusive, já pensa
em usar os mesmos chassis que
serão desenvolvidos para a categoria para pôr em prática um
programa exclusivo de desenvolvimento de jovens talentos.
Os carros ficarão prontos em
março de 2009 e a temporada
começa em 31 de maio, em Valencia. Serão duas corridas por
fim de semana, sendo que apenas a segunda terá pit stops.
"Temos interesse em alguns
brasileiros, mas ainda estamos
em negociação", falou Palmer.
"Já temos mais de 110 interessados e não será fácil definirmos nosso grid. Teremos de
fazer um equilíbrio entre talento e em quem se interessou antes pela F-2", completou o dirigente, que espera no mês que
vem ter os pilotos escolhidos.
Outro atrativo da "nova" categoria é o fato de os três primeiros colocados ganharem
automaticamente a superlicença, a permissão necessária para
correr na F-1. Categorias como
as F-3 européia, inglesa, italiana e japonesa, por exemplo,
concedem a superlicença apenas para o campeão. Além disso, o vencedor da F-2 ainda ganhará um teste na Williams.
Leia o relato do GP da China
www.folha.com.br/0829113
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