São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2008

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Decisão opõe 'inimigos íntimos'

Finalistas do Mundial de futsal, jogadores de Brasil e Espanha são colegas de time na liga espanhola

Brasileiros tentam reaver hegemonia, perdida há oito anos, usando conhecimento adquirido no campeonato nacional dos adversários

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Brasil e Espanha protagonizam hoje, às 10h30, no Maracanãzinho, o jogo mais aguardado pelas duas equipes nos últimos quatro anos. Desde o início do Mundial de futsal, jogadores das duas equipes não escondem que gostariam de se enfrentar na decisão.
"A final contra o Brasil é a final que todos sonharam", reconhece o experiente capitão espanhol, Javi Rodriguez, 34, que disputará sua quarta decisão consecutiva de Mundial.
Para o Brasil, será a oportunidade ideal para reconquistar, em casa, a hegemonia, perdida há oito anos, justamente para os espanhóis. Antes de 2000, a seleção brasileira era soberana. Havia conquistado os três primeiros títulos mundiais.
Para a atual bicampeã Espanha, será a chance de reafirmar seu poderio, construído a partir de uma liga nacional forte, que reúne os melhores jogadores de futsal do mundo.
Tão forte que a base das duas equipes finalistas do Mundial foi inspirada na formação de dois clubes espanhóis: o Interviu Movistar e o ElPozo Murcia, campeão e vice-campeão da liga, respectivamente.
O técnico Paulo César de Oliveira, o PC, montou dois quartetos que vêm se revezando durante os jogos. O inicial tem como base o Interviu, de Schumacher, Gabriel e Marquinho. Lenísio, que joga no Brasil, é o único "intruso". Já o segundo quarteto é composto por jogadores do ElPozo -Ciço, Vinícius e Wilde- mais Falcão, que atua também no Brasil.
Com essas formações, o técnico, que antes de assumir a seleção comandava uma equipe espanhola -Playas de Castellón-, garante entrosamento. A estratégia vem dando certo, tanto que o Brasil possui o melhor ataque (62 gols) e a defesa menos vazada (seis tentos).
Além disso, PC pode contar com uma equipe que conhece muito bem seu principal rival.
"A Espanha é uma ótima equipe, e aprendi muito com eles", afirma o brasileiro Vinícius, companheiro de clube de Álvaro, Kike, Marcelo e Juanjo.
"Sua base é o conjunto. Eles não têm mentalidade individualista, o que os torna muito fortes. Têm uma ótima preparação e sabem interpretar cada momento do jogo. São muito perigosos", completa o ala, um dos oito do time brasileiro que atuam na liga dos rivais.
A Espanha também tem sua formação montada a partir do ElPozo e do Interviu. Mas, ao contrário de PC, o técnico Venancio Lopez mescla jogadores de diversas equipes para escalar seu quarteto inicial.
Além do goleiro Luis Amado (Interviu), o treinador aposta numa formação com Torras (Interviu), Javi (Barcelona), Kike (ElPozo) e o brasileiro naturalizado Marcelo (ElPozo). O pivô Fernandão (Barcelona), outro brasileiro, costuma entrar durante os jogos.


NA TV - Brasil x Espanha
Band, Globo e Sportv, às 10h30


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