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Decisão opõe 'inimigos íntimos'
Finalistas do Mundial de futsal, jogadores de Brasil e Espanha são colegas de time na liga espanhola
Brasileiros tentam reaver hegemonia, perdida há oito anos, usando conhecimento adquirido no campeonato nacional dos adversários
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Brasil e Espanha protagonizam hoje, às 10h30, no Maracanãzinho, o jogo mais aguardado
pelas duas equipes nos últimos
quatro anos. Desde o início do
Mundial de futsal, jogadores
das duas equipes não escondem que gostariam de se enfrentar na decisão.
"A final contra o Brasil é a final que todos sonharam", reconhece o experiente capitão espanhol, Javi Rodriguez, 34, que
disputará sua quarta decisão
consecutiva de Mundial.
Para o Brasil, será a oportunidade ideal para reconquistar,
em casa, a hegemonia, perdida
há oito anos, justamente para
os espanhóis. Antes de 2000, a
seleção brasileira era soberana.
Havia conquistado os três primeiros títulos mundiais.
Para a atual bicampeã Espanha, será a chance de reafirmar
seu poderio, construído a partir
de uma liga nacional forte, que
reúne os melhores jogadores de
futsal do mundo.
Tão forte que a base das duas
equipes finalistas do Mundial
foi inspirada na formação de
dois clubes espanhóis: o Interviu Movistar e o ElPozo Murcia, campeão e vice-campeão da
liga, respectivamente.
O técnico Paulo César de Oliveira, o PC, montou dois quartetos que vêm se revezando durante os jogos. O inicial tem como base o Interviu, de Schumacher, Gabriel e Marquinho. Lenísio, que joga no Brasil, é o
único "intruso". Já o segundo
quarteto é composto por jogadores do ElPozo -Ciço, Vinícius e Wilde- mais Falcão, que
atua também no Brasil.
Com essas formações, o técnico, que antes de assumir a seleção comandava uma equipe
espanhola -Playas de Castellón-, garante entrosamento.
A estratégia vem dando certo,
tanto que o Brasil possui o melhor ataque (62 gols) e a defesa
menos vazada (seis tentos).
Além disso, PC pode contar
com uma equipe que conhece
muito bem seu principal rival.
"A Espanha é uma ótima
equipe, e aprendi muito com
eles", afirma o brasileiro Vinícius, companheiro de clube de
Álvaro, Kike, Marcelo e Juanjo.
"Sua base é o conjunto. Eles
não têm mentalidade individualista, o que os torna muito
fortes. Têm uma ótima preparação e sabem interpretar cada
momento do jogo. São muito
perigosos", completa o ala, um
dos oito do time brasileiro que
atuam na liga dos rivais.
A Espanha também tem sua
formação montada a partir do
ElPozo e do Interviu. Mas, ao
contrário de PC, o técnico Venancio Lopez mescla jogadores
de diversas equipes para escalar seu quarteto inicial.
Além do goleiro Luis Amado
(Interviu), o treinador aposta
numa formação com Torras
(Interviu), Javi (Barcelona),
Kike (ElPozo) e o brasileiro naturalizado Marcelo (ElPozo). O
pivô Fernandão (Barcelona),
outro brasileiro, costuma entrar durante os jogos.
NA TV - Brasil x Espanha
Band, Globo e Sportv, às 10h30
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