São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ross Brawn rivaliza com equipes

Vitórias de carros sob seu comando colocariam inglês em 3º lugar na história entre construtores

Após triunfar com Benetton e Ferrari ao lado de Michael Schumacher, estrategista festeja de forma contida os títulos obtidos em Interlagos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem, ele saboreou o título, tanto no Mundial de Construtores quanto no de Pilotos, com a equipe que leva o seu nome.
Só mais uma façanha para quem já virou um mito da F-1.
Com carros sob seu comando (e isso sem contar dois títulos da Williams nos anos 80, quando ainda não era o homem principal da equipe na parte técnica), o inglês Ross Brawn, 54, acumulou conquistas, em menos de 20 anos, que rivalizam com toda a história das equipes mais vitoriosas, como a Ferrari, que tem quase seis décadas disputando a F-1.
Com 161 pontos, a Brawn GP garantiu ontem o Mundial de 2009. Foi o oitavo título entre os construtores de carros com a assinatura de Ross Brawn (foram outros seis títulos com a Ferrari e um com a Benetton).
Em um hipotético ranking no Mundial de Construtores, Brawn ficaria em terceiro, atrás de Ferrari (16) e Williams (9).
Com as seis vitórias de Jenson Button e as duas de Rubens Barrichello em 2009, carros que tiveram Brawn no comando acumulam 113 vitórias, o que coloca o inglês de novo em terceiro lugar na comparação com a história das equipes na F-1.
Foram até agora 2.300 pontos de carros com a grife Brawn, marca que seria suficiente para colocá-lo em quarto lugar no ranking das escuderias.
A fase estrela do estrategista inglês, engenheiro de formação que até trabalhou com energia nuclear, começou na F-1 em 92, a primeiro ano em que foi o diretor técnico da Benetton. Lá, iniciou a parceria com Michael Schumacher, que deu ao alemão os dois primeiros títulos.
Schumacher foi para a Ferrari em 1996. Sem a companhia de Ross Brawn, o alemão terminou em um modesto terceiro lugar, 38 pontos atrás do campeão, o inglês Damon Hill.
O piloto alemão convenceu a escuderia italiana, então em longo jejum, a trazer seus conhecidos da Benetton, incluindo Brawn, que se tornou diretor técnico da Ferrari.
Pela equipe de Maranello, Brawn ganhou seis Mundiais de Construtores, e Schumacher amealhou outras cinco taças.
"Ross nos trouxe métodos de trabalho, ordem, senso de organização e capacidade tanto dentro quanto fora da pista", disse Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, quando Brawn deixou a equipe, no final de 2006, para o que seria então um longo período sabático.
Brawn, porém, ficou só um ano longe da F-1. Em 2008, assumiu a parte técnica da Honda. Mas os japoneses deixaram a categoria. O inglês, então, resolveu virar proprietário do time e, logo na primeira chance, faturou o título de equipes e o de pilotos. A façanha de fazer campeã uma equipe no ano de sua estreia é semelhante à da Tyrrell, que também carregava o nome de seu criador (Ken Tyrrell) e triunfou em 1971 -ano que em fez sua primeira temporada completa na F-1.
"Existiram alguns milagres em nossa trajetória. Não somos um time complemente novo porque tínhamos a infraestrutura da Honda, mas fomos realizando alguns milagres no caminho desde que a Honda anunciou que não ficaria na F-1", declarou Brawn, que, como é de seu costume, comemorou ontem o título de Jenson Button e o Mundial de Construtores de forma contida.


Texto Anterior: Inglês: Sem Robinho, Manchester City amarga tropeço
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.