|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ross Brawn rivaliza com equipes
Vitórias de carros sob seu comando colocariam inglês em 3º lugar na história entre construtores
Após triunfar com Benetton e Ferrari ao lado de Michael Schumacher, estrategista
festeja de forma contida os
títulos obtidos em Interlagos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ontem, ele saboreou o título,
tanto no Mundial de Construtores quanto no de Pilotos, com
a equipe que leva o seu nome.
Só mais uma façanha para
quem já virou um mito da F-1.
Com carros sob seu comando
(e isso sem contar dois títulos
da Williams nos anos 80, quando ainda não era o homem
principal da equipe na parte
técnica), o inglês Ross Brawn,
54, acumulou conquistas, em
menos de 20 anos, que rivalizam com toda a história das
equipes mais vitoriosas, como a
Ferrari, que tem quase seis décadas disputando a F-1.
Com 161 pontos, a Brawn GP
garantiu ontem o Mundial de
2009. Foi o oitavo título entre
os construtores de carros com a
assinatura de Ross Brawn (foram outros seis títulos com a
Ferrari e um com a Benetton).
Em um hipotético ranking
no Mundial de Construtores,
Brawn ficaria em terceiro, atrás
de Ferrari (16) e Williams (9).
Com as seis vitórias de Jenson Button e as duas de Rubens
Barrichello em 2009, carros
que tiveram Brawn no comando acumulam 113 vitórias, o que
coloca o inglês de novo em terceiro lugar na comparação com
a história das equipes na F-1.
Foram até agora 2.300 pontos de carros com a grife Brawn,
marca que seria suficiente para
colocá-lo em quarto lugar no
ranking das escuderias.
A fase estrela do estrategista
inglês, engenheiro de formação
que até trabalhou com energia
nuclear, começou na F-1 em 92,
a primeiro ano em que foi o diretor técnico da Benetton. Lá,
iniciou a parceria com Michael
Schumacher, que deu ao alemão os dois primeiros títulos.
Schumacher foi para a Ferrari em 1996. Sem a companhia
de Ross Brawn, o alemão terminou em um modesto terceiro
lugar, 38 pontos atrás do campeão, o inglês Damon Hill.
O piloto alemão convenceu a
escuderia italiana, então em
longo jejum, a trazer seus conhecidos da Benetton, incluindo Brawn, que se tornou diretor técnico da Ferrari.
Pela equipe de Maranello,
Brawn ganhou seis Mundiais
de Construtores, e Schumacher
amealhou outras cinco taças.
"Ross nos trouxe métodos de
trabalho, ordem, senso de organização e capacidade tanto
dentro quanto fora da pista",
disse Luca di Montezemolo,
presidente da Ferrari, quando
Brawn deixou a equipe, no final
de 2006, para o que seria então
um longo período sabático.
Brawn, porém, ficou só um
ano longe da F-1. Em 2008, assumiu a parte técnica da Honda. Mas os japoneses deixaram
a categoria. O inglês, então, resolveu virar proprietário do time e, logo na primeira chance,
faturou o título de equipes e o
de pilotos. A façanha de fazer
campeã uma equipe no ano de
sua estreia é semelhante à da
Tyrrell, que também carregava
o nome de seu criador (Ken
Tyrrell) e triunfou em 1971
-ano que em fez sua primeira
temporada completa na F-1.
"Existiram alguns milagres
em nossa trajetória. Não somos
um time complemente novo
porque tínhamos a infraestrutura da Honda, mas fomos realizando alguns milagres no caminho desde que a Honda
anunciou que não ficaria na
F-1", declarou Brawn, que, como é de seu costume, comemorou ontem o título de Jenson
Button e o Mundial de Construtores de forma contida.
Texto Anterior: Inglês: Sem Robinho, Manchester City amarga tropeço Próximo Texto: Frase Índice
|