São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2011

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O primeiro fracasso

Com recursos multiplicados, taekwondo vê desempenho despencar de 4 medalhas no Rio-2007 para só uma em Guadalajara

MARCEL MERGUIZO
MARIANA LAJOLO

ENVIADOS ESPECIAIS A GUADALAJARA

No Pan do Rio-2007, o taekwondo brasileiro festejou um desempenho histórico. Quatro anos depois, lamenta sua pior campanha desde os Jogos de Winnipeg-1999.
Com o resultado nos Jogos cariocas (um ouro, duas pratas e um bronze), o esporte ganhou atenção e verba.
Atletas como Natália Falavigna, terceira em Pequim-2008, e Diogo Silva, primeiro ouro do Brasil no Pan-2007, viraram símbolos de projetos de incentivo.
Mas o investimento não se traduziu em medalhas em Guadalajara. O Brasil deixa o México com um bronze, de Márcio Wenceslau (até 58 kg).
"O taekwondo brasileiro vem evoluindo, mas não conseguimos mostrar isso neste Pan. Viemos preparados, mas os adversários também. Ninguém ficou abaixo da expectativa", disse Carmem Silva, uma das técnicas da equipe.
Discurso diferente do feito por outro treinador, Fernando Madureira, antes da estreia em Guadalajara.
Para ele, todos os seis atletas tinham chance de ouro, destacando que só Raphaella Galacho não havia participado do último ciclo olímpico.
No México, os principais nomes da delegação decepcionaram. Diogo (até 68 kg)caiu nas quartas de final, e Natália (acima de 67 kg) foi eliminada ontem em sua primeira luta no México. O Pan era sua primeira competição após se recuperar de lesão.
"Esporte é assim, tem vitórias e derrotas em todos eles. Faz parte. Vamos ganhar medalhas, buscar bons resultados, mas vamos conseguir em uns sim e em outros não", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), ao ser questionado sobre a eliminação de Natália dos Jogos.
A lutadora é o principal destaque de projeto do COB que inclui centro de treinamento no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio. A equipe conta com profissionais como psicólogos e fisiologistas.
Neste ano, o taekwondo recebeu da Lei Piva cerca de R$ 1,2 milhão. Apesar de crescente -em 2007, foram cerca de R$ 500 mil-, o valor é bem inferior ao das modalidades top, como vôlei e esportes aquáticos, que recebem R$ 3 milhões anualmente.
No fim do ano passado, o taekwondo também ganhou nova fonte de renda, que não passa pelas mãos do COB ou das confederações. A Petrobras investiu R$ 3,3 milhões.
O taekwondo foi um dos esportes escolhidos por distribuir um grande número de medalhas em Olimpíadas.

Com RAUL ANDREUCCI, colaboração para a Folha


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