São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Brasil sub-20 não comove mexicanos

PAN
Em palco da Copa de 1970, só Neymar, ausente do time, é lembrado

DO ENVIADO A GUADALAJARA

Os 41 anos que separam o Brasil da Copa de 1970 da seleção sub-20 que defende o país no Pan, na mesma Guadalajara, distanciam também o apreço da torcida mexicana pelo futebol brasileiro.
Os velhos conhecidos Pelé, Tostão, Gerson e Rivellino estão na ponta da língua e na memória de muitos, enquanto os novos jogadores que vestem a camisa da seleção brasileira nestes Jogos são desconhecidos na cidade.
O último treino da equipe comandada por Ney Franco antes da estreia contra a Argentina, hoje, às 20h (de Brasília), foi em uma escola próxima à Vila Pan-Americana.
Mas as crianças dispensadas das aulas em razão dos Jogos não se empolgaram com a seleção. Muitas não assistiram ao bate-bola nem mesmo por cinco minutos.
Neymar era o único nome citado pelos jovens mexicanos na manhã de ontem. Os menores até o confundiam com Leandro, atacante gremista e seguidor do penteado moicano do santista.
O atacante da seleção principal tem 19 anos e poderia jogar o Pan, que permite a inscrição de jogadores com até 22 anos. Ney Franco, no entanto, precisou negociar com os clubes as liberações.
"Neymar e outros jogadores já passaram do nível do Pan", disse o capitão brasileiro, Romário Leiria, 19.
Os jogadores do Brasil também mostraram desconhecimento sobre o significado de Guadalajara para o futebol brasileiro, que jogou na cidade também na Copa de 1986.
"Ainda não percebi apoio da torcida, mas, contra a Argentina, eles devem estar a nosso favor", disse Romário, zagueiro gaúcho do Inter, cujo nome não é uma homenagem ao deputado federal e ex-atacante da seleção.
O nome Romário nem sequer vai estar na camisa do capitão da seleção no Pan.
"Preferi não botar Romário na camisa. Vou jogar com R. Leiria. De tanto fazerem essas perguntas, acharem estranho eu ser zagueiro... Mas estou tranquilo", disse o jogador, que não sabia que o Brasil havia jogado em Guadalajara nas Copas de 70 e 86.
"Em 1970, os mexicanos torciam mais pelo Brasil do que pela própria seleção", afirmou o treinador do time da escola, Carlos Martines.
"Mas, com Pelé, é diferente", declarou Zohet, 14, considerado o craque da equipe campeã nacional. O jogador treina no colégio em troca de uma bolsa de estudos de aproximadamente R$ 850.
O estádio onde o Brasil brilhou em 1970, o Jalisco, não vai ser utilizado no Pan.
As partidas de futebol começaram a ser disputadas ontem na novíssima Omnilife, a arena do Chivas.
O Brasil estreou no torneio feminino derrotando a Argentina por 2 a 0, gols de Thais Guedes e Daniele, no primeiro tempo. (MARCEL MERGUIZO)


Texto Anterior: Remo: Campeã mundial, Fabiana tenta ratificar favoritismo
Próximo Texto: Brasileiros fazem críticas à grama e à falta de água
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.