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Desunião mostrada na campanha do rebaixamento marca o retorno da equipe a São Paulo
Palmeiras volta rachado e com vergonha do torcedor
Fabiana Beltramin e Rogério Cassimiro/Folha Imagem
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O técnico Levir Culpi concede entrevista coletiva, momentos depois de o time chegar a São Paulo escoltado pela polícia |
PAULO GALDIERI
RODRIGO BERTOLOTTO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o rebaixamento, o Palmeiras continua desunido.
A chegada da equipe a São Paulo foi marcada pelo racha do grupo, que ao longo do Brasileiro já
se mostrava dividido, e pela tentativa de driblar torcida e imprensa.
Temendo hostilizações, a delegação palmeirense não saiu pelo
portão de desembarque previsto
no aeroporto de Cumbica.
Um ônibus foi destacado para
recolher os jogadores ainda na
pista de pouso, antes que esses tivessem contato com jornalistas e
torcedores que estavam à espera
da equipe no início da tarde.
Porém alguns jogadores e
membros da delegação não entraram no ônibus, que teria como
destino o centro de treinamento
do clube, na Barra Funda.
Nenê, Dodô, Rubens Cardoso,
Fabiano Eller e Leonardo Moura
-jogadores com pouco tempo
de clube- deixaram o aeroporto
protegidos por policiais minutos
depois da saída do ônibus do time
e do tumulto que foi formado.
Ovos foram atirados no ônibus
palmeirense, que foi perseguido
por vários veículos da imprensa
até o centro da cidade.
O ônibus passou perto do CT e
do Parque Antarctica, mas acabou deixando jogadores em hotéis e outros pontos -parou de
vez no hotel Paulista Wall Street,
onde o técnico Levir Culpi deu
uma entrevista coletiva.
"É uma covardia eles driblarem
os torcedores agora. Por que não
driblaram jogadores do Vitória?",
afirmou Cristiano Pinheiro, 26,
um dos cerca de 30 torcedores
que esperaram o time no aeroporto -ele levou uma dúzia de ovos
para alvejar os atletas.
Outro grupo de torcedores se
reuniu na frente do CT, mas estes
nem viram os atletas. Já a torcida
presente em Cumbica correu do
saguão para onde o ônibus palmeirense sairia. "Faltou dignidade para eles saírem pela porta da
frente. Foram covardes", disse o
aposentado Antonio Bacic, 57.
A desunião foi a marca dessa
campanha palmeirense, com troca de cinco técnicos, mudez dos
dirigentes (o diretor Sebastião Lapola não falava com a imprensa) e
brigas entre os jogadores.
"Briga de jogador com jogador
é coisa que acontece em quase todos os clubes. São probleminhas
do dia-a-dia", afirmou na coletiva
de ontem Culpi. "Também tive
problemas de relacionamento
com jogadores", completou, citando seus atritos com o goleiro
Marcos e o meia Pedrinho.
Marcos pediu para deixar os titulares durante o torneio e, em
seu final, não jogou alegando lesão. Na época, Levir disse que precisava de "homens no time". Com
Pedrinho, a briga foi por não tê-lo
utilizado em alguns jogos.
Para a torcida, os alvos unânimes são o atacante Dodô, o meia
Lopes e o zagueiro Alexandre.
"Dodô e Lopes só queriam saber de gandaia. Já o Alexandre
tem raça, mas seu futebol só serve
para o Itaperuna", afirmou Marcelo Lima, presidente da TUP,
uniformizada palmeirense.
O atacante Nenê, saudado em
sua chegada em junho último,
também recebeu muitas críticas
por não passar para seus companheiros, aumentando a cisão.
Apesar da planejada reapresentação para quinta-feira -pode
ser postergada para domingo-,
boa parte do elenco atual do Palmeiras deve deixar o clube para a
próxima temporada. Do goleiro
pentacampeão Marcos, passando
pelo zagueiro César, pelo lateral-direito Arce, pelo meia Zinho e até
pelo volante Marco Aurélio.
O amistoso que a equipe imaginava disputar nos próximos dias
com uma equipe do Mato Grosso
do Sul deve acontecer apenas na
próxima semana. Até lá, porém, o
time deverá ser outro, talvez até
sem o técnico Levir Culpi.
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