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Morumbi, que pode ver inédita festa são-paulina em Brasileiros hoje, deve se firmar como o estádio com maior número de voltas olímpicas do campeonato
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Morumbi, provável palco
de uma inédita volta olímpica
são-paulina hoje à tarde, pode
fazer de 2006, de vez, o seu ano
mais marcante desde que foi
erguido por completo, em 1970.
Após uma temporada repleta
de eventos, como shows do U2,
do RBD e festa de equipe da F-1,
o estádio deve se firmar como o
maior palco de decisões do Brasileiro. Até hoje, foram nove
voltas olímpicas, nenhuma dos
donos da casa. Corintianos,
gremistas, palmeirenses, santistas e vascaínos já celebraram
títulos do principal campeonato do país no estádio tricolor.
O Maracanã, que rivaliza
com o Morumbi como maior
palco de ""finais" do Nacional,
consagrou nove campeões do
país, uma vez que a CBF não reconhece o título de 1987 do Flamengo. Justamente o São Paulo, dono do Morumbi, colocaria
seu estádio na frente com dez
voltas olímpicas do Brasileiro.
Nesta temporada, o estádio
gerou momentos de orgulho e
tristeza para os são-paulinos.
No começo do ano, quando
eram pintadas inscrições homenageando o tri mundial do
clube obtido em 2005, um operário, funcionário do time, caiu
do piso superior e morreu.
Depois, na Libertadores, as
tradicionais invasões são-paulinas ao estádio assistiram a
duas históricas decepções. Primeiro, o Chivas Guadalajara
quebrou uma longa invencibilidade caseira de 30 jogos e 19
anos do São Paulo no mais nobre torneio continental (1 a 2).
Na final, outra derrota por 2 a
1, só que para o Internacional,
arruinou a chance do tetra da
Libertadores e do Mundial
-nunca antes o São Paulo havia perdido uma partida final
da disputa como mandante.
O Morumbi viu nesse duelo o
recorde de renda da história do
país em um jogo de futebol
-mais de R$ 3 milhões. E hoje,
possivelmente com mais de 70
mil pessoas (quase 65 mil ingressos foram vendidos até sexta), vai estabelecer o recorde de
público nas séries A, B e C do
Brasileiro nesta temporada.
""Com o Morumbi cheio, 70
mil pessoas lá, tudo fica mais
bonito. Já na chegada ao estádio você se emociona. Seria um
gosto maravilhoso ganhar o
Brasileiro com nosso estádio
lotado", afirmou Júnior, lateral-esquerdo que já festejou Libertadores no Morumbi, porém nunca um Brasileiro.
O técnico Muricy Ramalho,
que começou a carreira de jogador no próprio São Paulo, mora
perto do Morumbi e o conhece
praticamente desde sua inauguração final -a abertura mesmo foi no dia 2 de outubro de
1960, quando Peixinho fez o gol
da vitória sobre o Sporting.
""Como a gente, o torcedor
quer mesmo é ser campeão,
não importa onde. Mas em casa
é melhor. E temos duas chances para vencer em casa, por isso o negócio é não deixar passar", afirmou Muricy, lembrando que o próximo compromisso do time será contra o Cruzeiro em casa -fecha a disputa
contra o Paraná em Curitiba.
O Morumbi foi decisivo na
virtual conquista são-paulina
deste Brasileiro. O time foi o
que teve o melhor aproveitamento de pontos jogando como
mandante (82,4%) -perdeu
apenas para o Santos, mas usou
na ocasião uma equipe reserva
por causa da Libertadores.
O estádio são-paulino, aliás,
já virou referência em Libertadores. Já são 70 partidas realizadas nesse gramado pelo torneio -nenhum outro campo do
país recebeu mais jogos da cobiçada competição.
Caso o São Paulo conquiste o
título hoje, haverá festa, mas
ela se prolongaria até o outro
domingo, quando a taça seria
entregue. O local em que ela ficará? Uma sala, no Morumbi.
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