São Paulo, domingo, 19 de novembro de 2006

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Morumbi, que pode ver inédita festa são-paulina em Brasileiros hoje, deve se firmar como o estádio com maior número de voltas olímpicas do campeonato

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Morumbi, provável palco de uma inédita volta olímpica são-paulina hoje à tarde, pode fazer de 2006, de vez, o seu ano mais marcante desde que foi erguido por completo, em 1970.
Após uma temporada repleta de eventos, como shows do U2, do RBD e festa de equipe da F-1, o estádio deve se firmar como o maior palco de decisões do Brasileiro. Até hoje, foram nove voltas olímpicas, nenhuma dos donos da casa. Corintianos, gremistas, palmeirenses, santistas e vascaínos já celebraram títulos do principal campeonato do país no estádio tricolor.
O Maracanã, que rivaliza com o Morumbi como maior palco de ""finais" do Nacional, consagrou nove campeões do país, uma vez que a CBF não reconhece o título de 1987 do Flamengo. Justamente o São Paulo, dono do Morumbi, colocaria seu estádio na frente com dez voltas olímpicas do Brasileiro.
Nesta temporada, o estádio gerou momentos de orgulho e tristeza para os são-paulinos.
No começo do ano, quando eram pintadas inscrições homenageando o tri mundial do clube obtido em 2005, um operário, funcionário do time, caiu do piso superior e morreu.
Depois, na Libertadores, as tradicionais invasões são-paulinas ao estádio assistiram a duas históricas decepções. Primeiro, o Chivas Guadalajara quebrou uma longa invencibilidade caseira de 30 jogos e 19 anos do São Paulo no mais nobre torneio continental (1 a 2).
Na final, outra derrota por 2 a 1, só que para o Internacional, arruinou a chance do tetra da Libertadores e do Mundial -nunca antes o São Paulo havia perdido uma partida final da disputa como mandante.
O Morumbi viu nesse duelo o recorde de renda da história do país em um jogo de futebol -mais de R$ 3 milhões. E hoje, possivelmente com mais de 70 mil pessoas (quase 65 mil ingressos foram vendidos até sexta), vai estabelecer o recorde de público nas séries A, B e C do Brasileiro nesta temporada.
""Com o Morumbi cheio, 70 mil pessoas lá, tudo fica mais bonito. Já na chegada ao estádio você se emociona. Seria um gosto maravilhoso ganhar o Brasileiro com nosso estádio lotado", afirmou Júnior, lateral-esquerdo que já festejou Libertadores no Morumbi, porém nunca um Brasileiro.
O técnico Muricy Ramalho, que começou a carreira de jogador no próprio São Paulo, mora perto do Morumbi e o conhece praticamente desde sua inauguração final -a abertura mesmo foi no dia 2 de outubro de 1960, quando Peixinho fez o gol da vitória sobre o Sporting.
""Como a gente, o torcedor quer mesmo é ser campeão, não importa onde. Mas em casa é melhor. E temos duas chances para vencer em casa, por isso o negócio é não deixar passar", afirmou Muricy, lembrando que o próximo compromisso do time será contra o Cruzeiro em casa -fecha a disputa contra o Paraná em Curitiba.
O Morumbi foi decisivo na virtual conquista são-paulina deste Brasileiro. O time foi o que teve o melhor aproveitamento de pontos jogando como mandante (82,4%) -perdeu apenas para o Santos, mas usou na ocasião uma equipe reserva por causa da Libertadores.
O estádio são-paulino, aliás, já virou referência em Libertadores. Já são 70 partidas realizadas nesse gramado pelo torneio -nenhum outro campo do país recebeu mais jogos da cobiçada competição.
Caso o São Paulo conquiste o título hoje, haverá festa, mas ela se prolongaria até o outro domingo, quando a taça seria entregue. O local em que ela ficará? Uma sala, no Morumbi.


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