São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

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Banco peruano resolve no duelo dos treinadores

Alterações de Del Solar surtem efeito; Dunga sofre com inércia dos reservas

DO ENVIADO A LIMA

As substituições do técnico do Peru, José del Solar, fizeram seu time melhorar e conseguir o empate contra o Brasil. Já Dunga não teve a mesma sorte e não viu seus comandados evoluírem depois das trocas efetivadas pelo treinador.
Esse foi um dos pontos essenciais da partida que confirmou a sina de visitante sem sucesso do time nacional.
Um gol solitário de Kaká, em belo chute de três dedos da entrada da área, parecia que afastaria o fantasma das más atuações da seleção brasileira como forasteira. O lance ocorreu aos 40min do primeiro tempo.
Mas, aos 26min da segunda etapa, o ala Vargas, também em um chute de longe, empatou com auxílio do zagueiro Lúcio, que tocou na bola e a tirou do alcance de Júlio César.
Esse empate levou o Brasil a somar dois pontos em confrontos fora de casa, o que lhe dá um desempenho de 33,3%. É igual ao rendimento da seleção nas últimas duas eliminatórias, para as Copas de 2002 e 2006.
Se os números não são favoráveis, o futebol também não foi vistoso. Tanto que o destaque da equipe foi sua defesa, até ocorrer a infelicidade de Lúcio.
O trio Ronaldinho, Kaká e Robinho esteve apagado na maior parte do jogo. Seu único momento de brilho foi na bela finalização do meia do Milan, que deu outro chute perigoso.
Quanto aos atletas do Barcelona e do Real Madrid, nem isso. Visivelmente sem condição ideal para jogar -recupera-se de lesão no tornozelo direito-, Ronaldinho foi o segundo mais acionado (56 bolas), mas parou nos adversários -foi quem mais sofreu faltas (11).
Já Robinho errou três dos cinco dribles que tentou e não fez nenhuma jogada de perigo.
No primeiro tempo, pelo menos, o time de Dunga tinha maior domínio das ações. E até conseguiu alguns arremates, com Kaká e Vágner Love. Só que os quatro homens de frente não auxiliavam na marcação, o que dava espaços ao ataque peruano. Só faltou aos adversários a mesma precisão de Kaká, favorito na eleição da Fifa para melhor jogador de 2007.
A segunda etapa viu um Brasil mais recuado, até com maior dedicação à marcação dos jogadores ofensivos. Mas isso resultou em um domínio peruano.
As substituições de Del Solar tornaram os anfitriões mais ofensivos. Foi exercida pressão, motivada pela torcida, e choviam bolas na área brasileira. Já as entradas de Luis Fabiano e Elano, nas vagas de Vágner Love e Robinho, não surtiram efeito algum na dinâmica da equipe amarela.
Dos defensores brasileiros, destaque para Juan, da Roma, o melhor do time em campo. Ele respondeu por 34 dos 134 desarmes da seleção, ou 25,3%. Só que o lance infeliz de seu companheiro Lúcio resultou no empate. O jogador do Bayern de Munique ainda levou um cartão amarelo, que o suspende da partida contra o Uruguai.
No final, o Brasil ainda teve uma leve melhora, e a equipe voltou a conseguir finalizações. E, numa cobrança de escanteio que foi parar na cabeça de Juan, conseguiu mandar a bola na trave adversária no último lance da partida em Lima.
Resta ao Brasil apostar em sua superioridade em casa para tentar subir na tabela -atua depois de amanhã, em um Morumbi lotado. Até hoje, a seleção nunca perdeu em solo nacional em jogos por eliminatórias. Além disso, tem a vantagem de que os adversários mais próximos (Argentina, Paraguai e Colômbia) vão atuar fora de casa na rodada. (PAULO COBOS)


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