São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

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Monumental decadente é alerta a 2014

DO ENVIADO A LIMA

O duelo de ontem em Lima mostrou que uma coisa é construir um estádio moderno, outra é mantê-lo, desafio que o Brasil terá pela frente com a Copa de 2014.
Passaram-se apenas sete anos desde que o imponente estádio Monumental foi inaugurado, após um gasto de US$ 44 milhões só com a obra propriamente dita.
E o que já foi chamado de "o mais moderno" estádio sul-americano se deteriorou bastante, o que ficou evidente na partida de ontem.
Os banheiros são imundos. Em boa parte deles, não há água nas torneiras, e as descargas não funcionam.
Três horas antes de a bola rolar, o lixo já se acumulava diante dos bares e lanchonetes -lixeiras são coisa rara.
O moderno telão, do mesmo tipo do instalado no Maracanã para o Pan, não funciona mais, como alguns elevadores. O relógio gigante, ao lado do placar, exibia o horário com imprecisão.
As paredes nunca receberam mão de tinta depois de sua inauguração, em 2000.
A rede elétrica cai com freqüência -o único funcionário da empresa de telefonia responsável pela instalação das linhas para a mídia fazia o serviço com uma lanterna numa sala escura e com parte do gesso do teto caindo.
Problemas de segurança fizeram o estádio "encolher" em mais de 20 mil lugares. Ontem, um efetivo total de 11 mil homens (com o reforço até de carros blindados, como o "Caveirão" da polícia carioca) trabalhou para garantir a tranqüilidade -os cerca de 400 brasileiros que assistiram ao jogo, muitos deles vindos do Acre, ficaram misturados com os peruanos sem nenhum incidente.
Eram vários os orientadores com a missão de indicar os lugares para os torcedores, e alguns deles exigiam uma "caixinha" pelo serviço.
Vários policiais tinham como função checar se nos camarotes havia bebida alcoólica -a ameaça era de acabar com a segurança para o setor se alguém furasse o veto.
O modelo adotado para a sua construção do estádio, uma parceria entre a iniciativa privada e um clube de futebol (o Universitário), como muitos querem para 2014, mostrou-se um fracasso.
O Universitário acumulou uma dívida de US$ 23 milhões com a empresa. Enquanto isso, ambos não pagavam o imposto predial, e o governo de Lima quis vetar jogos no local, pois a limpeza tampouco era feita pelos administradores. (PC)


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