|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Monumental decadente é alerta a 2014
DO ENVIADO A LIMA
O duelo de ontem em Lima
mostrou que uma coisa é
construir um estádio moderno, outra é mantê-lo, desafio
que o Brasil terá pela frente
com a Copa de 2014.
Passaram-se apenas sete
anos desde que o imponente
estádio Monumental foi
inaugurado, após um gasto
de US$ 44 milhões só com a
obra propriamente dita.
E o que já foi chamado de
"o mais moderno" estádio
sul-americano se deteriorou
bastante, o que ficou evidente na partida de ontem.
Os banheiros são imundos.
Em boa parte deles, não há
água nas torneiras, e as descargas não funcionam.
Três horas antes de a bola
rolar, o lixo já se acumulava
diante dos bares e lanchonetes -lixeiras são coisa rara.
O moderno telão, do mesmo tipo do instalado no Maracanã para o Pan, não funciona mais, como alguns elevadores. O relógio gigante, ao
lado do placar, exibia o horário com imprecisão.
As paredes nunca receberam mão de tinta depois de
sua inauguração, em 2000.
A rede elétrica cai com freqüência -o único funcionário da empresa de telefonia
responsável pela instalação
das linhas para a mídia fazia
o serviço com uma lanterna
numa sala escura e com parte do gesso do teto caindo.
Problemas de segurança
fizeram o estádio "encolher"
em mais de 20 mil lugares.
Ontem, um efetivo total de 11
mil homens (com o reforço
até de carros blindados, como o "Caveirão" da polícia
carioca) trabalhou para garantir a tranqüilidade -os
cerca de 400 brasileiros que
assistiram ao jogo, muitos
deles vindos do Acre, ficaram
misturados com os peruanos
sem nenhum incidente.
Eram vários os orientadores com a missão de indicar
os lugares para os torcedores, e alguns deles exigiam
uma "caixinha" pelo serviço.
Vários policiais tinham como função checar se nos camarotes havia bebida alcoólica -a ameaça era de acabar
com a segurança para o setor
se alguém furasse o veto.
O modelo adotado para a
sua construção do estádio,
uma parceria entre a iniciativa privada e um clube de futebol (o Universitário), como
muitos querem para 2014,
mostrou-se um fracasso.
O Universitário acumulou
uma dívida de US$ 23 milhões com a empresa. Enquanto isso, ambos não pagavam o imposto predial, e o
governo de Lima quis vetar
jogos no local, pois a limpeza
tampouco era feita pelos administradores.
(PC)
Texto Anterior: Detalhe para Parreira, gol "é tudo" para Dunga Próximo Texto: Argentina: Alfio Basile enaltece talento de Riquelme Índice
|