|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Seleção atua sob a sombra de Muricy
Time pega Portugal com Dunga pressionado por prestígio recém-adquirido pelo técnico são-paulino na cúpula da CBF
Seleção portuguesa, que em Brasília coloca sua força máxima para jogar, tem duas vitórias nos últimos dois confrontos com o Brasil
Alan Marques/Folha Imagem
|
|
O técnico Dunga, que evitou responder se falta ética para treinadores que dizem querer seu cargo, comanda treino da seleção para a partida contra Portugal
DO ENVIADO A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
É só um amistoso o duelo
contra Portugal, em Brasília, às
22h. Só que desta vez um novo
fiasco terá um peso muito
maior contra a permanência de
Dunga na seleção brasileira do
que um jogo que não vale pontos normalmente teria.
Isso porque agora ele tem um
concorrente com um nível de
aprovação que Vanderlei Luxemburgo nem chegou perto
nos últimos meses na CBF.
Muricy Ramalho é visto na
entidade hoje como um novo
Luiz Felipe Scolari. O são-paulino tem para a CBF os mesmos
trunfos que o hoje técnico do
Chelsea tinha em 2001, quando
assumiu a seleção.
Aprovação da crítica, bons
resultados no seu clube, relacionamento bom com os jogadores e experiência. Tudo que
falta para Dunga e, em parte,
para Luxemburgo.
Não bastasse um real concorrente, Dunga terá uma missão
bastante complicada na reinauguração do Bezerrão.
O Brasil vem de duas derrotas seguidas para Portugal, que
trouxe sua força máxima -incluindo Cristiano Ronaldo, o
favorito a melhor do mundo em
2008. Em casa, a seleção brasileira não vence há três jogos,
sem ter feito um mísero gol
nessas partidas.
O ambiente no Bezerrão
também não vai ajudar. Apesar
da baixa procura por ingressos,
o estádio, por comportar só 20
mil pessoas, deve virar um caldeirão, já que a distância entre
o alambrado e o campo não
chega a dez metros.
Nas tribunas, Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, estará
cercado de políticos. E em outras exibições pífias da seleção
com Dunga, como no jogo contra a Argentina pelas eliminatórias em junho passado, ele reclamou do trabalho do treinador para seus importantes vizinhos de camarote.
Ontem, Dunga fez uma defesa enfática de seu trabalho na
seleção brasileira, que começou em agosto de 2006.
"Dizem que eu não tenho experiência, mas tinha 12 anos da
seleção como jogador. Fui campeão da Copa América sem os
principais jogadores. Trouxe a
quarta medalha olímpica para o
país. Estamos em segundo nas
eliminatórias, onde ganhamos
dois jogos seguidos fora de casa,
o que não acontecia há muito
tempo", falou o treinador.
Dunga evitou responder se
falta ética para treinadores que
dizem querer seu cargo, mas
antes soltou uma farpa contra
os concorrentes. "Quando você
tem um cargo importante, é
preciso ter postura."
Entre os jogadores, a promessa é de apoio ao treinador e
bom futebol. Mas Kaká, a estrela maior, admite que a permanência de Dunga não depende
deles. "Isso está além dos jogadores", falou o atleta do Milan.
O meia-atacante e outros
atletas dizem que o importante
agora é resgatar o prestígio da
seleção jogando em casa.
"Uma vitória vai ajudar a
amenizar muitas coisas e trazer
uma identidade maior dos jogadores com o Brasil", falou Kaká.
"É uma boa oportunidade para
mostrar ao torcedor que nós
somos uma boa seleção", disse
o goleiro Júlio César.
Depois da partida de hoje, a
seleção entra em recesso e volta a campo somente em fevereiro, quando enfrenta a Itália, em
amistoso em Londres.
Pelas eliminatórias, o time só
joga agora no final de março,
quando irá enfrentar o Equador na altitude de Quito.0
(PAULO COBOS E ADRIANO CEOLIN)
NA TV - Brasil x Portugal
Globo e Sportv, ao vivo, às 22h
Texto Anterior: Crise além-mar: Portugal quer reencontrar caminho dos triunfos Próximo Texto: Treino enche meio estádio e vira motivo de confusão Índice
|