Tenho esperança de ver uma ótima seleção na Copa de 2010. Nas eliminatórias de 2002, o time era muito pior

MARADONA COMEÇOU melhor que Dunga. Ele terá a seu lado um diretor técnico, Bilardo, com experiência na função de treinador.
Maradona quer ainda um auxiliar para ajudá-lo nos treinos, que saiba fazer bem o que fazem todos os bons treinadores: posicionar os jogadores nas bolas paradas, na defesa e no ataque, além de ensaiar algumas jogadas e executar treinos de dois toques em campos reduzidos, paixão dos técnicos de todo o mundo.
Quem quiser saber mais sobre tudo isso pode procurar na internet ou fazer um curso de final de semana para técnico. O difícil é ser um bom observador, improvisar na hora certa e ter outros conhecimentos que não estão nos manuais.
Jorginho tem apenas um pouco mais de experiência que Dunga. Os dois aprendem na seleção. Pior, sem um professor para auxiliá-los.
Um leitor, meu irmão, que conhece muito de futebol sem ter os vícios de um comentarista oficial, me lembra que Zico já é um treinador experiente. O tempo passou e esqueci que Zico é técnico desde 1999. Em 1995, já era diretor do Kashima. Zico é bem diferente de Dunga. Não só na época de jogador.
Nas eliminatórias para a Copa de 2002, a seleção tinha mais problemas que hoje. O time tinha perdido para Honduras e só se classificou no último jogo.
De repente, surgiram juntos e entrosados, Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo. Os três foram os principais responsáveis pela conquista da Copa. Os três atuavam na frente, em uma época em que isso era raro.
Podem chamar Rivaldo e Ronaldinho de meias ou de atacantes. Não faz diferença.
Eles são jogadores ofensivos. Felipão estava à frente do tempo.
Hoje, escalar três na frente é bastante comum. O São Paulo joga assim, com Dagoberto, Borges e Hugo, que volta para marcar, mas está sempre perto do gol.
Podem chamá-lo de meia ou de atacante. Não faz diferença.
Antes do Mundial de 2002, havia ainda uma grande carência no meio-campo. Felipão buscou Gilberto Silva no Atlético-MG e Kleberson no Atlético-PR. Os dois eram pouco conhecidos e pouco valorizados pela imprensa fora de seus Estados.
Por tudo isso, tenho esperanças de ver uma ótima seleção na Copa de 2010, vencendo ou perdendo.
Kaká está em forma. Ronaldinho pode voltar a jogar 50% do magistral futebol que jogou. Já será suficiente.
Robinho é um jogador especial, com chances de dar um salto de qualidade, que esperamos há vários anos. Hernanes precisa só de um empurrão. O lateral Marcelo pode evoluir. Há bons e excelentes jogadores nas outras posições.
Será que estou tendo um surto de otimismo? Esqueci que falta também trocar o técnico.
Hoje, deve atuar Elano ao lado de Gilberto Silva e Anderson. No próximo ano, sai Elano e entra Ronaldinho. Muda todo o esquema tático.
Não é fácil também formar um eficiente e organizado esquema tático com Kaká, Robinho e Ronaldinho, além de um centroavante.
Dunga continua perdido nesta dúvida. Pior que definir errado é não definir nada.
Contra Portugal, os candidatos ao cargo de treinador estarão atentos, pela TV ou pela internet. Não podem perder tempo.


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