São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003 |
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"Velhinhos" da sub-20 vão a campo por tríplice coroa
PAULO GALDIERI DA REPORTAGEM LOCAL Há 20 anos, no México, o Brasil vencia pela primeira vez um Mundial sub-20. Há uma década, na Austrália, ganhava o título pela terceira e última vez. Hoje, nos Emirados Árabes, a seleção brasileira tenta, com um grupo de "velhinhos" nascidos no ano da primeira conquista, um feito inédito na história do futebol: ostentar, simultaneamente, o título de campeão mundial nas três principais categorias. Caso consiga vencer a Espanha na decisão, que começa às 14h45, e pela quarta vez sagrar-se campeão do Mundial sub-20 -igualando a marca da rival Argentina-, a seleção brasileira terá completado a "tríplice coroa". O Brasil já é o atual campeão da Copa do Mundo (abocanhou o título em 2002, no Japão e na Coréia do Sul). O Mundial sub-17 foi vencido neste ano na Finlândia diante da Espanha (1 a 0 na final) e sob o comando do atual técnico da sub-20, Marcos Paquetá, que pode ser o primeiro treinador a ganhar dois Mundiais num mesmo ano por categorias diferentes. A missão de derrotar os espanhóis e fazer com que a reputação brasileira de potência do futebol seja ainda mais fortalecida será desempenhada por um grupo que está no limite de ser considerado com "até 20 anos". A média de idade da seleção brasileira que estará hoje no estádio Zayed, em Abu Dhabi, é a segunda maior entre os 24 países que participaram desta edição do torneio de juniores: 19,7. Apenas o México, com média de 19,8 anos, teve um grupo mais velho que o brasileiro no Mundial. Dos 20 jogadores escolhidos por Paquetá para compor a seleção que foi aos Emirados Árabes, 16 já completaram 20 anos, a idade limite para jogar o torneio. O mais velho deles é Jefferson. O goleiro do Botafogo, que ganhou a posição de titular durante a competição, está prestes a completar 21 anos -nasceu no dia 2 de janeiro de 1983. O caçula da equipe é o meia Fernandinho, com 18 anos. O atleta do Atlético-PR nasceu em 4 de maio de 1985. Completam a lista de brasileiros que são, literalmente, "sub-20" o zagueiro Alcides Eduardo, 18, o meia Adrianinho e o atacante Nilmar, ambos com 19 anos. Como comparação, os espanhóis que confrontam hoje a seleção brasileira têm, em média, 19,3 anos -é a idade média da edição deste ano do Mundial. A experiência do time brasileiro não é expressada apenas pela média de idade. Alguns de seus jogadores, apesar de disputarem uma competição de juniores, já têm vaga de titular em grandes clubes do país. É o caso, por exemplo, do meia Daniel Carvalho e do atacante Nilmar. O ausência dos dois atletas do Internacional nas rodadas finais do Brasileiro foi apontada por muitos como determinante para que o clube gaúcho não conseguisse uma das vagas na Taça Libertadores de 2004. Apesar da pressão imposta pelo fato de não conquistar um Mundial sub-20 há dez anos, os jogadores do Brasil, que começaram a competição com um desempenho irregular (uma vitória, um empate e uma derrota na primeira fase), mas que conseguiram eliminar a Argentina nas semifinais, não se mostravam tensos na véspera da decisão. Após o jantar, eles se reuniram ontem para disputar um jogo de bingo. "O ambiente está muito bom. Sempre jogamos alguma coisa à noite, e cada um busca a concentração do seu jeito", disse ontem Dagoberto à Folha, por telefone, enquanto alguns de seus companheiros faziam muito barulho perto dele. "É, deixa eu correr lá que o bingo já vai começar." NA TV - Brasil x Espanha, às 14h45, ao vivo, na Sportv Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: O personagem: Ex-unanimidade, Dagoberto inicia a final no banco Índice |
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