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O PERSONAGEM
Mineiro atende pedido do filho, marca e decide
DO ENVIADO A YOKOHAMA
O pedido do filho veio ainda
no Brasil. "Papai, faz um gol
para mim. Faz o gol do título",
afirmou Juan, 3. No dia da final,
por telefone, ele recebe outro
recado da mulher, que recorda
o desejo do garoto: "Não esquece o gol, hein".
No estádio de Yokohama,
palco onde o Brasil brilhou ao
conquistar a Copa de 2002, um
jogador franzino, negro, que
veste a 7, entra na área do Liverpool em velocidade e toca
no canto do goleiro para fazer o
tento do título.
A descrição física bem que
poderia ser a de Robinho, ainda mais se for levado em conta
o número da camisa, a mesma
que Müller usava quando fez o
gol do bi mundial em 1993.
Mas o herói em questão tem
pouco a ver com artilharia, dribles e confetes. Restou ao voluntarioso gaúcho Carlos Luciano da Silva, o Mineiro, 30, a
honra de deixar o estádio no Japão como herói do título.
"Realmente foi um presente
que nem eu esperava receber.
O meu filho havia pedido um
gol. E graças a Deus tive a sorte
de poder ajudar o São Paulo.
Agora é comemorar", disse o
volante. Contra o Liverpool, ele
fez uma função que contra o Al
Ittihad não deu resultado:
atuou como elemento-surpresa do ataque. Mais avançado-
a marcação ficou com Josué-,
Mineiro fez o que se esperava
de Danilo e Amoroso.
Vigoroso no apoio e na marcação, viu a sua noite ser coroada com o tento. Mas, apesar de
estar sob as luzes do holofote, o
volante afirmou que esse título
tem "11 heróis e nenhum segredo". "Todo o grupo está de parabéns. Ninguém ganha nada
sozinho e conseguimos cumprir o objetivo a que tanto nos
preparamos", disse.
O técnico Paulo Autuori, que,
apesar de possuir contrato em
vigência, tem ofertas de outros
times do exterior, também foi
alvo de elogios. "Ele teve muita
tranqüilidade e fez um trabalho
bem planejado", falou Mineiro.
Com apenas seis gols na temporada, o volante afirmou que
chegou a ficar assustado quando viu a bola na rede. "Não estou muito acostumado a marcar. Na hora, nem sabia direito
o que fazer para comemorar.
Foi muito bom", disse.
(TA)
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