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NATAÇÃO
Após fiasco na Olimpíada-04 e no Mundial-05, Kaio Márcio bate recorde dos 50 m borboleta e pede "férias" de assédio
Recordista se espanta com seu novo status
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mal deixou a piscina do Clube
Internacional de Regatas, em Santos, depois de bater o recorde
mundial dos 50 m borboleta em
piscina curta (25 m), anteontem,
Kaio Márcio de Almeida, 21, enfrentou o assédio.
"Ainda não caiu a ficha. Meu celular não parou de tocar", espanta-se o paraibano. Ele obteve o
tempo de 22s60, superando o do
americano Ian Crocker (22s71),
para pôr seu nome no seleto grupo de 11 brasileiros que alcançaram recorde mundial na natação.
Ontem, caiu na água e cravou a
melhor marca continental dos
200 m borboleta -1min53s27.
"Não esperava isso no fim da
temporada. Meus treinos foram
voltados para o Mundial [em julho]", diz ele, referindo-se ao fracasso em Montréal, quando ficou
em sétimo nos 100 m borboleta.
Nos Jogos de Atenas, em 2004,
Kaio Márcio já havia colecionado
outra decepção: não passou do
17º lugar na mesma prova.
Com o recorde, porém, ele desponta no momento em que o
Brasil perde suas maiores referências na modalidade nos últimos anos: Gustavo Borges deixou
as águas em 2004, e Fernando
Scherer deve parar nos próximos
anos. "É um momento de transição, mas tenho certeza de que novos valores estão surgindo."
Após o recorde, Kaio Márcio só
pensa em férias. "Vou descansar
antes de voltar aos treinos. Em
2006, meu principal objetivo será
o Mundial de piscina curta, em
abril [em Xangai]", conta ele, que
quer passar esse período no Rio,
mas longe da água. "Acho que
não vou nem levar sunga."
Mesmo em seus momentos de
lazer, ele não costuma sair da
água. "Gosto de surfe e kitesurfe."
As horas vagas, porém, não são
muitas. Ele concilia os treinos
com duas faculdades -psicologia e educação física. "Neste semestre tive que trancar as duas."
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