São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

professor

Vanderlei rechaça "kit Luxemburgo"

Novo treinador do Palmeiras diz que não chega para ser dono do clube, mas admite que vai auxiliar cartolas fora de campo

Diretoria garante que vai bancar 100% do salário do técnico e afirma que Traffic pretende atuar somente no investimento em jogadores


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O treinador Vanderlei Luxemburgo chegou ontem ao Palmeiras negando que será o manager do clube. Sempre na ofensiva, atacou forte contra o rótulo, mas não descartou que auxiliará a diretoria nas questões extracampo.
"As pessoas falam que existe um kit Luxemburgo, que vou ser dono disso, daquilo. Não tem nada a ver. Como tenho conhecimento em outras áreas, vou colocar toda a minha capacidade à disposição do clube", afirmou o treinador. "Ouço muita gente dizendo que o Luxemburgo tem participação com empresários. Não é nada disso. Não chego para ser dono do Palmeiras", completou.
Ao mesmo tempo em que rebate a estampa de técnico-empresário no Palmeiras, sua empresa, a WL, fará a gestão do futebol no Joinville-SC, formando comissão técnica e equipe.
O ex-técnico do Santos fez questão de destacar que não trabalhará com um estafe volumoso. "Eu não trabalho com gente a mais. Trabalho com quem considero importante."
Nem ele nem a diretoria falaram nos nomes que irão compor a comissão técnica. O preparador físico Antonio Mello e o fisioterapeuta Nilton Petrone, o Filé, podem trabalhar com ele no Parque Antarctica.
"Ainda não tivemos tempo para discutir esse assunto. Vamos nos sentar com ele nos próximos dias para definir", despistou o vice-presidente do clube, Gilberto Cipullo.
O contrato de dois anos ainda não está assinado, o que, segundo os cartolas, acontecerá nos próximos dias. Luxemburgo passa a ser oficialmente o técnico do clube em 1º de janeiro.
Os dirigentes também não confirmaram se o treinador ganhará R$ 500 mil de salário, valor semelhante ao que ele recebia no Santos. "Não vamos falar em valores", disse Cipullo.
O vice-presidente rechaçou a informação de que a Traffic, empresa de marketing esportivo, estaria envolvida no negócio. E garantiu que 100% do salário saíra dos cofres do clube.
"Não existe interferência da Traffic no Palmeiras, co-gestão, ou parceria. Eles apenas irão organizar um fundo de investimentos que contratará jogadores para o clube. O salário [de Luxemburgo] está desvinculado da Traffic", explicou.
Na verdade, a Folha apurou que apenas parte do salário do treinador sairá efetivamente do Palmeiras. O restante virá justamente das transações de atletas para a Traffic.
Esta será a quarta passagem de Luxemburgo pelo Palmeiras, clube pelo qual já conquistou três títulos do Paulista, dois do Brasileiro e um do Rio-SP.
Na última delas, em 2002, ele deixou a equipe uma rodada após o início do Brasileiro para transferir-se ao Cruzeiro. Foi criticado na época e até hoje alimenta o rancor de parte dos conselheiros. Ontem, ele deu a sua versão do episódio.
"Quando eu saí do Palmeiras, as pessoas me deram muita pancada e me jogaram uma responsabilidade que não me pertencia. Eu saí por não concordar com o pensamento do pessoal que estava aqui", disse.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Já foi: Técnico é breve sobre caso Edmundo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.