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Odepa retira as medalhas de Rebeca
Nadadora, que responde a três acusações de doping, perde 2 ouros, 1 prata e 1 bronze obtidos no Pan do Rio, em julho
Mesmo ainda não tendo sido condenada em nenhum dos casos, a atleta terá que devolver comendas ganhas nos Jogos continentais
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A nadadora Rebeca Gusmão,
23, teve ontem retiradas suas
quatro medalhas conquistadas
no Pan do Rio, em julho. Ela foi
condenada por doping pela
Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana).
Destaque do país nos Jogos,
Rebeca havia amealhado dois
ouros (50 m e 100 m livre), uma
prata (4 x 100 m livre) e um
bronze (4 x 100 m medley). Ela
havia se tornado a primeira
brasileira a se sagrar campeã
pan-americana na natação.
Segundo o comunicado da
Odepa, a punição de Rebeca
também atinge suas colegas:
"As outras atletas participantes
das competições de revezamento, tanto livre como medley, perderão suas medalhas".
A brasileira está respondendo a três acusações de doping.
No entanto ainda não foi condenada em nenhuma delas.
O primeiro caso ocorreu em
2006, quando exame da nadadora detectou alto nível de testosterona. A defesa de Rebeca
alega que a urina estava degradada e, por isso, poderia ter
apresentado um falso positivo.
Desde então, o caso se arrasta
na Justiça desportiva e só será
julgado pela Corte de Arbitragem do Esporte, em Lausanne
(Suíça), no ano que vem.
No Pan, exame promovido
pela Federação Internacional
de Natação mostrou novamente nível anormal de testosterona. A análise da contraprova,
novamente em Montréal, começou a ser analisada ontem
-o resultado sairá até sexta.
Se o teste comprovar o doping, a atleta ainda teria direito
a duas instâncias de julgamento, a primeira em um painel da
Fina e, em seguida, pela CAS.
"Na verdade, a amostra B não
interrompe o processo. A atleta
é considerada responsável já
com a amostra A. Isso já existe
nos controles", afirma Eduardo
de Rose, coordenador do antidoping no Pan e chefe da Comissão Médica da Odepa.
"Em nenhum exame de medicina, como de sangue ou de
paternidade, há contraprova.
Isso só acontecia no antidoping", completa o médico.
A terceira pendência de Rebeca refere-se a dois exames
realizados durante o Pan do
Rio, nos dias 12 e 18 de julho,
que apresentaram duplo DNA.
Isso configuraria indício de
fraude e, tecnicamente, é considerado um doping positivo.
No mesmo comunicado, a
Odepa destituiu o bronze obtido por outro brasileiro, Fabrício Mafra, na categoria até 105
kg do levantamento de peso.
Mafra também atingira um feito: era a primeira medalha do
país na modalidade em 12 anos.
Além deles, foram oficializados mais dois casos de doping
no Pan. O nicaragüense Pedro
Wilder, do beisebol, perdeu o
bronze -o país, porém, não teve anulado seu resultado por se
tratar de esporte coletivo-, e o
colombiano Libardo Niño teve
cassada a prata ganha na prova
de ciclismo contra o relógio.
Apesar dos flagrados, a Odepa reiterou que o Pan-07 foi o
mais "limpo" da história: "Os
Jogos passados continuam sendo os que menos casos de doping ocorreram, o que marca
uma tendência positiva".
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