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Ele nadou com raiva, diz ex-recordista
DA REPORTAGEM LOCAL
Manoel dos Santos conhece a sensação de se
sentir pressionado por um
recorde mundial. Em 1961,
diante de milhares de pessoas no Flamengo, nadou
sozinho e superou a marca
dos 100 m livre -53s6.
A tomada de tempo
ocorreu a pedido do próprio atleta. Por já ter vivido essa situação, ele ficou
impressionado ao assistir
pela TV ao novo recorde
mundial de Cesar Cielo.
"O que me impressiona
mais é a determinação dele. Tentou ontem [anteontem] e não conseguiu. Tenho certeza de que nadou
com raiva por causa do que
aconteceu. E o francês
[Fred Bousquet, ex-recordista] agora deve estar louco", disse o ex-nadador.
Ele vê semelhanças entre sua tomada de tempo e
a prova de ontem, na final
do Open, em São Paulo.
"Quando você nada sozinho em busca de um recorde, tem que ter cabeça
para fazer isso. Ele estava
em uma competição, mas
a corrida contra o recorde
era só dele", declarou.
Cielo é o primeiro velocista do Brasil a quebrar
marcas em piscina longa
desde Santos. Ele já havia
estabelecido o novo tempo
dos 100 m livre -46s94.
Primeiro a nadar os 100
m em menos de 54s, Santos abandonou o esporte
aos 22 anos, idade de Cielo, por falta de patrocínio.
"O nome dele estará
imortalizado como recordista, ele já faz parte da
história", afirmou ele.
Outro ex-recordista que
assistiu ao feito, mas in loco, foi Gustavo Borges, que
quebrou a marca dos 100
m livre em piscina de 25 m
em 1993 (47s94). Foi ao lado de Borges que Cielo começou a treinar no Pinheiros aos 15 anos.
"A gente quase não vê
recordes serem batidos
aqui. É um novo marco para a natação brasileira",
disse o ex-nadador, que
entregou a medalha.
"Ele mostrou muita
confiança. Em uma prova
de 50 m, a confiança é que
faz toda a diferença."
(ML)
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