São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2010 |
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Nicarágua encontra abrigo em Xerém FUTEBOL Seleção, 158ª do ranking da Fifa, treina no Rio para perder rótulo de "patinho feio" da Concacaf SÉRGIO RANGEL DO RIO O melhor jogador do time recebe R$ 2.500 mensais, alguns atletas são obrigados a ter outro emprego para ficar no futebol, e a equipe raramente encontra rivais devido a suas deficiências técnicas. Concentrada desde o início da semana no Rio, a seleção da Nicarágua treina para deixar o incômodo rótulo de "patinho feio" do fraco futebol centro-americano. Com ajuda de um empresário nicaraguense, dono de um time da segunda divisão do futebol do Rio, os atletas treinarão até o início do mês em Xerém para a disputa de um torneio classificatório para a Copa Ouro, principal competição das Américas Central e do Norte em 2011. Neste período, a seleção fará cinco amistosos contra equipes da segunda e da terceira divisão do Rio. "O futebol na Nicarágua ainda está crescendo. Por isso, viemos ao Brasil para nossos atletas ganharem experiência e também na tentativa de jogar. Quase ninguém quer nos enfrentar. Nossos adversários acreditam que uma derrota diante do nosso time pode se transformar em uma tragédia para eles", disse o técnico espanhol Enrique Llena, único estrangeiro da comissão técnica. A Nicarágua ocupa a 158ª posição no ranking da Fifa. Até dentro da Concacaf, entidade que controla o esporte na América Central e do Norte, a seleção é coadjuvante -é a 24ª melhor na lista. Além dos fracos resultados, a estrutura do futebol no país é pífia. Apenas oito times jogam a primeira divisão. "A situação não é das melhores. Trabalho como professor de educação física durante o dia e treino com o time à tarde", disse o zagueiro Milton Bustos, 28. Na Nicarágua, não é preciso diploma universitário para dar aulas da disciplina. Nos dois empregos, Bustos ganha cerca de R$ 1.500. Fundador e presidente de honra do Tigres do Brasil, clube-empresa que jogou o Estadual do Rio nos dois últimos anos, o empresário Miguel Larios é o mecenas da seleção. Ele vai ceder o CT para o time de seu país por um mês, com direito a hospedagem e alimentação. "Sei que o futebol não será forte de um dia para o outro, mas faço questão de ajudar. A Nicarágua é o patinho feio do continente, mas estamos trabalhando para mudar isso", afirmou Larios, que mora no Brasil desde 1967 e é dono de um grupo empresarial no setor de petroquímica. Texto Anterior: São Paulo: Alex descarta volta em janeiro Próximo Texto: País traça meta simplória para o próximo ano Índice | Comunicar Erros |
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