São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

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FUTEBOL

No Rio, entidade deixa brasileiros somente posarem ao lado da taça

Fifa proíbe campeões de tocar no troféu da Copa

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

No lançamento oficial do tour da taça da Copa do Mundo no Brasil, ontem, no Rio, a Fifa não permitiu que cinco campeões mundiais tocassem no troféu.
Convidados para participar do evento, o coordenador técnico da seleção brasileira, Zagallo, os ex-jogadores Nílton Santos, Carlos Alberto Torres e Bebeto, além do goleiro Marcos, do Palmeiras, só puderam posar para fotos ao lado da taça. E reclamaram.
"Foi constrangedor, fiquei um pouco chateado. Quando chegamos e fomos avisados que não poderíamos tocar na taça, ficamos assustados", declarou Bebeto, tetracampeão mundial em 1994.
Bicampeão em 1958 e 1962, Nílton Santos também protestou. "Por que o moço que nos proibiu de tocar na taça não foi lá fora conquistar este troféu?"
Único a ter quatro títulos mundiais pelo Brasil -em 1958 e 1962 como jogador, em 1970, como técnico, e, em 1994, como coordenador técnico-, Zagallo ficou surpreso. "Eu já abracei esta taça, beijei-a e agora não posso tocá-la. Mas sei que ela só está emprestada. Em julho, estará de volta ao Brasil. Vamos conquistar o hexa."
Apesar de não permitir que os campeões tocassem na taça, a Fifa deixará que o capitão do tetra, Dunga, levante o troféu hoje, no segundo dia de exibição. Será realizado show da banda Skank, no aterro do Flamengo (zona sul).
No tour da taça pela África, no início do mês, a Fifa também permitiu o manuseio do troféu.
Representante da entidade no evento, Thomaz Von Ubrizsy, disse que optou pela proibição ontem porque a taça foi restaurada recentemente e, com o manuseio, poderá se deteriorar. "Você, por acaso, pode tocar na coroa da rainha da Inglaterra?"
Um forte esquema de segurança foi montado para a levar a taça ao Forte de Copacabana, onde será exibida ao público hoje. Soldados armados com fuzis escoltaram o troféu, trancado em um cofre.
Segundo os organizadores, a visita será feita em grupos de 350 a 400 pessoas, que terão 15 minutos para admirar a taça. No domingo, ela estará em São Paulo.
Von Ubrizsy afirmou que a CBF deverá receber nova réplica da Copa do Mundo em razão da conquista do penta em 2002, na Ásia. Atualmente, a entidade só tem uma cópia, em homenagem ao tetra nos Estados Unidos, em 1994.
Diferentemente da Jules Rimet, que o Brasil ganhou em definitivo em 1970 e acabou roubada da sede da CBF, o novo troféu será sempre de posse transitória.


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