São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

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"Rivaldo está perdido", diz treinador

PAULISTA
Davino, demitido do Mogi, aponta acúmulo de funções


RODOLFO STIPP MARTINO
DE SÃO PAULO

Demitido antes mesmo da estreia do Mogi Mirim no Campeonato Paulista, o técnico Roberval Davino disse ter mantido dentro de campo uma boa relação com Rivaldo, jogador e presidente do clube, mas que o meia está perdido na função de cartola.
"Foi legal trabalhar com um jogador que foi o melhor do mundo. Aos poucos, vi o porquê de ele ter chegado lá. Ele se dedica muito e tem muita qualidade. Agora, ele só tem a visão de futebol como jogador. Enquanto não separar [os cargos de presidente e jogador], vai ralar um pouquinho", disse o técnico.
O treinador começou a trabalhar no Mogi em novembro. No dia 2 de janeiro, sua demissão foi divulgada, e Davino saiu sem ter participado de nenhuma partida oficial.
"Ele é o dono, fazer o quê? Mágoa? Não tenho. O trabalho estava sendo benfeito, mas vi que ele estava perdido como presidente", afirmou.
Davino declarou que não gostou da atitude de Rivaldo de marcar um jogo-treino na pré-temporada sem a sua anuência. Assim, optou por não colocar todos os titulares naquele duelo. O fato teria irritado o jogador e presidente.
"Ele terá que aprender muito da visão de futebol no Brasil, terá que ralar bastante, ter humildade para escutar quem é do ramo. Como está definindo tudo sozinho, acho um pouco complicado. Mas torço para que dê certo."
Davino disse que todas as medidas na direção do Mogi Mirim passam por Rivaldo.
"Ser presidente sozinho já é difícil. Tudo é resolvido por ele. Não se tira uma palha sem passar por ele. Talvez isso tenha atrapalhado. É um cara correto, mas acumular tanta coisa não é fácil."
Outra queixa do treinador é ter sido informado de sua demissão por um telefonema feito por um dos dirigentes.
"Comigo, ele poderia ser o presidente e jogador. Mas, na minha área, ele e ninguém se metem. Nos treinamentos, eu estava gostando. Tinha um jogador de qualidade", disse. "Mas, infelizmente, ele tomou essa atitude [da demissão] e não teve a coragem de me dizer cara a cara."
Procurada pela reportagem, a assessoria do Mogi disse que Rivaldo não faria declarações sobre Davino para não alimentar polêmicas.
Quando anunciou a saída, Rivaldo reclamou de falta de diálogo com Davino. "Não podia mais ficar aceitando certas decisões tomadas sem minha participação", disse ao site oficial do Mogi Mirim.
"O investimento no clube é 100% meu e, no mínimo, mereço participar das decisões", completou o meia, que ainda não teve sua inscrição regularizada na CBF e não está liberado para jogar. Ontem, ele ficou de fora nos 2 a 0 sobre a Ponte Preta.
O ex-zagueiro Antônio Carlos (ex-Palmeiras, Prudente e São Caetano) foi contratado para substituir Davino no comando da equipe.


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