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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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BOXE

Detentores de título têm 3 meses para colocá-lo em jogo

Confederação cria regulamento para combater campeões eternos

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez na história, a Confederação Brasileira de Boxe definiu prazos para seus campeões profissionais colocarem os cinturões em jogo. A iniciativa tem como objetivo acabar com os campeões eternos, que ganham títulos mas nunca os expõem, mesmo depois de anos e anos.
Pelo novo regulamento, que já está na gráfica e estará disponível em alguns dias, os campeões têm prazo de três meses para colocar o título em jogo a partir da homologação do desafio ou serão destituídos de seus respectivos títulos.
"Para alguns é emocionante falar para os amigos "sou campeão brasileiro de boxe", mesmo sem nunca ter colocado o título em disputa", diz o presidente da CBB, Luiz Claudio Boselli. "Com o novo regulamento isso vai acabar."
Um dos principais alvos de críticas é Mário Gonçalves Soares, o Marinho, campeão brasileiro dos meio-pesados. Ele ganhou o cinturão há cinco anos, em 1998, ao bater por nocaute no terceiro assalto Luís Augusto Ferreira. Desde então não realizou defesas.
Lutou pela última vez em 2001, em luta não-válida pelo cinturão.
Desafiantes como Laudelino Barros, primeiro do ranking nacional, e Marcos Duarte, quinto na listagem, reclamam do fato de estarem dispostos a lutar pelo título mas não terem oportunidade de fazê-lo por faltar no regulamento dispositivo que force os campeões a colocá-lo em disputa.
A CBB confirma que Barros lançou desafio oficial a Soares. Duarte afirma que conversou com o campeão e seu treinador, Messias Gomes, mas ambos teriam dito que não aceitariam seu desafio.
"O cara é campeão há muito tempo e nunca põe o título em jogo. Nocauteei o cara que ele venceu para ser campeão três vezes e não tenho uma oportunidade. Ele não luta e não deixa ninguém lutar. E a confederação não toma atitude", lamenta Duarte.
"O Marinho ainda luta? A confederação tinha de forçá-lo a pôr o cinturão brasileiro em jogo", comentou, ironicamente, Sidney Gomes, do time de Barros.
Outro campeão brasileiro considerado pela CBB como relutante é o peso-pesado George Arias.
A entidade afirma que ele ignora o desafio de Marcelino Ferreira dos Santos, quinto do ranking. A última vez que defendeu o cinturão foi em 30 de outubro de 2001.


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