São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Condenados têm pouco interesse na construção

DO ENVIADO A CUIABÁ

O forte calor da capital de Mato Grosso, a remuneração baixa (um salário mínimo) e a puxada carga horária de trabalho (das 7h até as 17h) não estão seduzindo os presos para trabalhar na construção da Arena Pantanal.
Responsável por selecionar trabalhadores no sistema prisional, Neide Mendonça disse estar "um pouco frustrada" com a dificuldade para atrair presos para as obras.
"Se dependesse apenas da minha vontade, já teria colocado todos para trabalhar, mas dependo da manifestação deles. Neste caso, o querer é a dificuldade", lamenta Neide, que é presidente da Nova Chance, fundação do governo estadual voltada para inclusão social de presos.
O diretor de infraestrutura da Agecopa (Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa) em Cuiabá, Carlos Brito, aprova o programa, mas não tem certeza se vai conseguir "preencher" todas as vagas destinadas aos detentos por causa do baixo interesse despertado até agora.
"Antes, diziam que as empresas discriminavam os presos. Agora, temos uma política pública, estamos dando as oportunidades, mas não temos certeza se as vagas serão preenchidas. A seleção está bem difícil", declara Brito.
O governo mato-grossense expandiu o programa do Conselho Nacional de Justiça e vai incluir nos processos licitatórios de suas obras para o Mundial de 2014 uma cláusula que assegure a contratação da mão de obra prisional.
"Nós não podemos obrigar os presos a trabalhar. Apenas damos a oportunidade a eles. Pela carência de mão de obra que vamos ter até a Copa, a comunidade carcerária tem que entender esse projeto como uma oportunidade", enfatizou o diretor da Agecopa.
O governo local já capacitou 216 detentos para as obras em Cuiabá. (SR)


Texto Anterior: Preso conquista promoção e se torna auxiliar
Próximo Texto: Juca Kfouri: Ídolos de aluguel
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.