FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Um dos favoritos ao título, o Santos faz hoje, contra o União Barbarense, na Vila Belmiro, a primeira das cinco partidas que ainda pretende disputar no Paulista para quebrar mais um tabu.
Após interromper um prolongado jejum de títulos de peso com o triunfo no Brasileiro-02, o clube agora busca a hegemonia estadual que não alcançou depois de 1984.
A conquista do Paulista se tornou obsessão para os dirigentes. Embora o União Barbarense não seja um rival de tradição, o presidente Marcelo Teixeira se reuniu nesta semana a portas fechadas com os atletas no CT Rei Pelé, como normalmente só acontece às vésperas de partidas importantes.
"Está todo mundo querendo ganhar o Paulista", afirmou o zagueiro Alex, minimizando até a disputa da Libertadores da América, da qual o Santos foi vice-campeão no ano passado.
"O Campeonato Paulista representa muito para qualquer treinador ou atleta. Para o Santos, está muito distante [a última vez], como esteve o Brasileiro. Mas um time de elite como o nosso compete sempre para vencer", diz Emerson Leão, que nunca conquistou o título estadual como treinador.
Para os jogadores, a importância da partida de hoje está menos no adversário e mais na impossibilidade de reação em caso de um eventual fracasso, já que as quartas-de-final são disputadas em apenas uma partida -o "mata".
"Será muito perigoso porque é um jogo só, e dependemos da vitória. Então vamos precisar de muita cautela porque o risco é grande", disse o atacante Basílio, mesmo levando em conta que o Barbarense teve o pior ataque da primeira fase (oito gols). "Independentemente de o ataque deles ter sido o pior, o que passou passou, e isso agora não vale mais nada. Está todo mundo igual", afirmou o goleiro Doni.
Único do grupo que poderá se sagrar bicampeão estadual -ele venceu a edição 2003 pelo Corinthians-, Doni se reconciliou com a torcida após defender um pênalti na vitória sobre o Ituano.
Celebrizado como especialista em defender pênaltis -de nove, pegou seis no Brasileiro-03 pelo Corinthians-, ontem ele ensaiou cobranças à exaustão com os atacantes, mas não quis admitir que a atividade fosse preventiva. "Treinei pênaltis como sempre faço. Não será fácil. O Barbarense merece o nosso respeito, mas estou confiante em que esse jogo vai ser decidido no tempo normal."